Agora que se aproxima o Web Summit e vai ter a oportunidade de contactar investidores, mentores ou parceiros para a sua startup, já pensou que roupa vai levar? O aspeto é fundamental e, não se esqueça, que não há nada como uma primeira boa impressão.
Assim, a presença visual de cada profissional também se alterou, em alguns casos muitíssimo, até. O tradicional fato masculino, com ou sem gravata, está cada vez mais reservado para profissionais que se movem em setores muito tradicionais da economia, ou para ocasiões muito cerimoniosas, verificando-se que um grande número de homens trabalha, diariamente, de jeans, hoodies t-shirts, ténis ou peças equivalentes, ou seja, apresentando-se de modo totalmente informal e descontraído.
Estas decisões – nem sempre lineares – cabem a cada um, que deverá tomá-las não só tendo em conta o seu gosto pessoal mas, sobretudo, o contexto onde se insere, pensando qual a mensagem que quer transmitir de si próprio, qual o meio onde se move, com quem comunica, como se apresentam os seus pares, entre uma infinidade de outros fatores.
Acontece que, como em todos estes processos de mudança, surgem os exageros e facilmente se cai nos extremos. Parece que, em determinados contextos, vestir um fato se tornou sinónimo de personalidade antiquada, incapaz de se modernizar e de evoluir, inflexível, incompetente até… Na área das tecnologias de informação, por exemplo, os jeans, os hoodies, as t-shirts, os ténis parecem já não ser apenas representativos de conforto e de adequação ao setor mas, sim, sinal de competência e de profissionalismo.
Afinal, as pessoas que têm a coragem de se vestir de modo totalmente informal, transmitem uma mensagem de independência, de inovação, de competência e coragem, acha-se. Por outro lado, também em alguns setores, quanto maior for o estatuto profissional, maior é a probabilidade de abandono de uma imagem formal, como forma de demonstrar que a autonomia económica e o sucesso geram a possibilidade de se vestir de modo não convencional.
Finalmente, no atual mundo dos negócios, para transmitir uma mensagem de sucesso e de competência parece ser indispensável demonstrar que se é diferente. E, neste contexto, também se acha, que um fato e uns sapatos não revelam nada de diferente…
Pois bem, como em tudo na vida, o bom senso e o equilíbrio são determinantes: nem sempre, nem nunca! Uma presença visual correta passa, sobretudo, por fazer as escolhas certas, adequadas à própria personalidade sem, naturalmente, ignorar o contexto. Nem todos ficarão bem, sempre, de sapatos clássicos de atacadores ou, por outro lado, de ténis coloridos e excêntricos. E claramente, estas escolhas não garantem competência, absolutamente. Ser disruptivo e pouco convencional pode ser tão fundamental em certas profissões como muito disparatado noutras! Já para não falar em compleição física, personalidade, idade, coerência no registo de comunicação, entre tantos outros fatores…
A tendência da imagem informal pode estar a tornar-se tão padronizada e banal, quanto se tornou a tendência da imagem formal noutros tempos. É, talvez, apenas, mais uma tendência e uma substituição de padrão. Mas continua a haver um padrão. Não será pouco inovador, pouco disruptivo, usar jeans e t-shirt no seio de um grupo que só usa jeans e t-shirt? Dá que pensar…