Joana Garoupa, 47 anos, tem alma alentejana. Nascida em Estremoz, numa família com longa descendência de carreiras militares escolheu a publicidade para construir o seu percurso profissional. Eleita Marketeer do Ano em 2020, e considerada uma das melhores marketeers com quem trabalhar em Portugal (Scopen) é, atualmente, mentora no programa da Professional Women Network, tem participado em iniciativas que promovem a discussão da igualdade de género.
Apaixonada por marcas, Joana Garoupa começou o seu percurso em agências como a McCann, Publicis ou DDB. Depois de uma curta incursão pelo mundo das telecomunicações – SonaeCom – seguiu-se o desafio de liderar o Marketing e Comunicação da Siemens, lugar onde teve a oportunidade de trabalhar em contexto internacional e de multinacional numa área tecnológica e de alta engenharia.
Na Galp, coordenou a equipa que construiu a estratégia da identidade da marca e deixou a empresa em 2022 como Diretora Geral da Fundação Galp. Lançou também em 2022 o “Manual de sobrevivência para o mundo corporativo” e é sobre esse livro que falou com o Empreendedor.
“O livro é um relato das minhas vivências, pontuado com sugestões de reflexão, ação ou introspeção, com o objetivo de provocar o leitor e levá-lo a pensar no seu próprio comportamento”, explica Joana Garoupa.
Com efeito, o percurso profissional é revelador do seu conhecimento do universo empresarial. “Um lugar difícil. Os níveis de exigência são altos, o ritmo é imparável, o stress acumula-se, cada decisão tem impacto no contexto em redor (assim como na nossa própria vida), e tudo isto faz com que, por vezes, seja fácil perdermos o rumo — sejamos nós gestores, colaboradores ou estagiários”.
Esta experiência em grandes empresas, como a Galp, a Siemens ou a Sonaecom, serviu-lhe para, lição a lição, compreender o que é necessário para vingar nesse meio. O livro é, assim, um ‘manual de instruções’ para todos os que procuram alcançar sempre o melhor, tanto das oportunidades que surgem, como de si mesmos.
“Este livro está alicerçado na minha própria experiência e é uma boa fotografia da minha vida passada”. Inicialmente a perspetiva era dar uma abordagem feminina ao mundo empresarial. Porém “ao desenvolver a estrutura achei que fazia sentido juntar uma componente mais prática, que impactasse o leitor de forma real e útil”, acrescenta Joana Garoupa.
“Acho que ser escritor é também ser empreendedor. Ao escrever um livro, estamos sujeitos à exposição, escrutínio e livre opinião dos leitores/pares. O sucesso está ao mesmo alcance que o risco de insucesso. Sabendo que nunca se pode agradar a gregos e troianos é sempre difícil enfrentar a crítica, construtiva ou não. Cabe-nos, tal como aos corajosos agentes de empreendedorismo tornar toda esta jornada em experiência e força. Para que o próximo desafio/livro/negócio seja ainda melhor.
No seu caso, a autora frisa que “o feedback tem sido fenomenal, tendo até já esgotado na editora”. Será uma motivação para continuar o percurso até porque “deixei muita coisa ainda de fora, quem sabe para um segundo livro!”