A Thingle é uma startup fundada por João Pedro Neto, Pedro Filipe, e Gonçalo Costa que pretende revolucionar o mercado de produtos em segunda mão com uma plataforma que oferece transações transparentes e seguras entre vendedores e compradores, tanto para utilizadores particulares quanto para empresas.
O conceito apresenta-se como um Marketplace inovador, especializado na venda de produtos em segunda mão e/ou recondicionados, a partir de uma plataforma que não só atende a utilizadores individuais, mas também integra empresas que operam como lojas online, garantindo o estado dos produtos vendidos.
A startup foi inspirada pela experiência pessoal do fundador, João Pedro Neto, ao comprar um instrumento musical em segunda mão de forma desconfortável e arriscada. “Quando o fui buscar percebi que era numa zona da cidade pouco segura, num prédio mal iluminado, e eu estava com dinheiro no bolso para me encontrar com uma pessoa que não conhecia de lado nenhum”.
“Noutra ocasião comprei uma camara de vídeo num site norte-americano e quando a recebi percebi que não estava exatamente como o anunciado e a devolução era um processo complexo além de implicar a perda das taxas alfandegárias”. Então a ideia de criar a Thingle surgiu da necessidade de tornar o processo de compra e venda de produtos em segunda mão mais seguro e transparente.
O diferencial da Thingle é a validação da encomenda, assegurando que os produtos correspondam exatamente à descrição dos anunciantes. A experiência pessoal do fundador ao comprar um produto em local pouco seguro e a complexidade de devoluções em compras internacionais inspiraram a criação da plataforma.
A equipa, composta por João Pedro Neto (CEO); João Martins (COO); Pedro Filipe (CMO) e Gonçalo Costa (CFO), fundou a Thingle em 2020. A plataforma foi lançada em novembro de 2022, com a empresa criada em agosto do mesmo ano. O modelo de negócios inclui custos de avaliação, com os parceiros aderindo bem ao conceito.
Desafios e Resiliência no Mundo Empreendedor
João Neto destaca que um dos maiores desafios enfrentados é manter o foco no que é crucial para criar um produto de valor para os clientes. A agilidade peculiar das startups, caracterizada por equipas reduzidas, oferece vantagens, mas é essencial gerir adequadamente para evitar dispersões. “É crucial reconhecer que essa agilidade, se não for devidamente gerida, pode se transformar-se numa armadilha, dispersando a atenção e desviando o foco inicial”, sublinha.
A gestão eficaz das equipas também é um ponto desafiador, para João Neto, exigindo a capacidade de delegar tarefas e cultivar uma cultura organizacional que promova autonomia e responsabilidade partilhada. “O equilíbrio entre agilidade e foco estratégico torna-se, assim, uma peça-chave na busca pelo sucesso e crescimento sustentável no universo empreendedor”, salienta.
O conceito da Thingle tem despertado interesse junto de lojas de artigos em segunda mão, que veem na plataforma uma oportunidade para alargar a sua base de clientes, mas também de empresas que pretendem escoar os seus produtos usados sem associar a sua marca ao mercado de segunda mão.
Porém, como é normal em todas as startups, a jornada empreendedora da Thingle é marcada por recusas e desafios constantes. Lidar com negativas é parte intrínseca do jogo empreendedor, onde a resiliência torna-se uma aliada indispensável. Cada “sim” conquistado representa uma vitória valiosa, impulsionando a equipe a persistir.
“Frases desalentadoras como “Isso não funciona”, “não tenho interesse” e “não é uma boa ideia”, fazem parte do processo. Lidar com essas recusas não é apenas uma tarefa desafiadora, mas constitui uma parte intrínseca do jogo empreendedor, onde a resiliência se torna uma aliada indispensável”, explica João Neto.
A importância de manter a confiança no produto, mesmo diante de obstáculos é essencial para um empreendedor, sublinha João neto. A resiliência, aliada à determinação de não desistir, tornam-se pilares essenciais para o sucesso final da startup. “É uma jornada árdua mas repleta de aprendizagens valiosas e momentos de crescimento pessoal e profissional. A resiliência torna-se, assim, uma virtude crucial para todos os empreendedores.”