Mais de 2.200 jovens solicitaram crédito consolidado em 2024, mas apenas 0,2% das operações foram bem-sucedidas devido à elevada taxa de esforço.
O peso das prestações financeiras está a impactar cada vez mais os jovens entre os 18 e os 25 anos, que, ainda numa fase inicial da vida, já enfrentam dificuldades para gerir os seus créditos. Segundo dados da Gestlifes, em 2024 foram registados 2.238 pedidos de crédito consolidado por parte deste grupo etário, numa tentativa de reduzir encargos mensais e aliviar a pressão financeira.
Para João Pereira, CEO da Gestlifes, este número reflete um cenário preocupante: “Estamos a falar de jovens que já acumulam, pelo menos, dois créditos e que procuram consolidá-los para aliviar o orçamento.”
Os pedidos de consolidação referem-se exclusivamente a créditos ao consumo, incluindo créditos pessoais, automóvel e cartões de crédito, que frequentemente apresentam taxas de juro elevadas. A elevada taxa de esforço, que nalguns casos atinge 50% a 60% dos rendimentos, é um dos principais fatores que dificultam a aprovação da consolidação.
O reflexo dessa realidade é que apenas 0,2% das solicitações (quatro em 2.238) foram aprovadas. No entanto, com a inclusão de um segundo titular, a taxa de aprovação teria sido significativamente maior.
Apesar da baixa taxa de aprovação, o crescimento dos pedidos nesta faixa etária revela a necessidade de melhor educação financeira e alternativas mais flexíveis para jovens que enfrentam encargos elevados no início da sua vida económica.