Agência Nacional de Inovação (ANI) apresentou os resultados e perspetivas dos 35 Laboratórios Colaborativos reconhecidos até 2021. Os números foram avançados no decorrer do 3.º Encontro Anual, a decorrer na Universidade do Algarve. Segundo a ANI, entidade nacional que regula a operação dos CoLAB, o financiamento competitivo cresceu 2,5 vezes em 2021 e foram ultrapassados os 50 milhões de euros de investimento.
Os Laboratórios Colaborativos (CoLAB) são centros de Investigação e Inovação que conectam empresas e universidades operando em áreas estratégicas como Saúde, Energia e Sustentabilidade, Transformação Digital e Agroalimentar, com o objetivo de promover o desenvolvimento e as exportações.
De acordo com o 3º Relatório de Acompanhamento “Laboratórios Colaborativos – Evolução e integração em Portugal e na Europa”, desenvolvido pela ANI, e apresentado no encontro, os CoLAB têm vindo a reforçar a sua participação em programas competitivos, tendo aumentado 2,5 vezes a captação deste tipo de financiamento.
Em 2021, existiam em Portugal 35 Laboratórios Colaborativos reconhecidos, agregando no seu conjunto 295 entidades parceiras, nomeadamente 173 empresas e 122 entidades não empresariais, incluindo instituições de ensino superior, centros de investigação, associações e parceiros locais.
A Agência Nacional de Inovação, entidade pública que acompanha e monitoriza a atividade dos CoLAB, refere que as empresas representam agora 58,6% dos associados (mais 12,6% que em 2020), resultado de um reforço da sua representação nestas estruturas. Destas empresas, 91 são Pequenas e Médias Empresas.
Os CoLAB estão distribuídos por todo território nacional, com predominância na região Norte (38%), na Área Metropolitana de Lisboa (33%) e na região Centro (18%). Atualmente empregam 639 profissionais, altamente qualificados, 32% dos quais doutorados, o que corresponde a 107% do objetivo para 2022.
Em 2021, foram os laboratórios nas áreas dos Materiais, Economia Circular e Sustentabilidade que contrataram um maior número de colaboradores qualificados e que também registaram um maior volume de vendas. Já, a área Agroalimentar foi a que registou o maior número de clientes.
Impacto na criação de emprego qualificado
A criação de Laboratórios Colaborativos visa a diversificação das entidades que compõem o Sistema Nacional de Inovação e promover a criação de emprego altamente qualificado. Ao longo do ultimo ano o numero de profissionais ligados a estes centros de inovação, cresceu 13,7%, face a 2020.
Joana Mendonça, presidente da ANI, acredita que os CoLAB se têm revelado uma oportunidade para que as instituições científicas e académicas, em estreita colaboração com atores económicos, sociais e culturais, contribuam para a construção, em Portugal, de projetos de relevância internacional.
“Se pensarmos na rede densa de instituições de I&D em que os Laboratórios Colaborativos se integram e de estarem orientados para a implementação de soluções efetivas e com impacto socioeconómico para resolver problemas complexos e de grande dimensão das empresas, percebemos que os resultados são um forte incentivo para continuar a apostar”, afirma Joana Mendonça.