Lisboa vai receber a Web Summit – uma das maiores conferência europeias de Tecnologia. Paddy Cosgrave explica porquê?


Porquê Lisboa?n«Começámos a vir cá desde há 6 meses, quase secretamente, não só eu mas a minha equipa, e visitámos muitas outras cidades europeias. Depois tínhamos de tomar uma decisão e concluímos que há muitas cidades com boas infra-estruturas, centros de congressos ou estações de metro. Mas depois aconteceu uma coisa: há algumas semanas comecei a ser… perseguido no facebook (risos).

«Aquela página de facebook fez uma grande diferença!»

Comecei a ver que alguém tinha criado uma página de facebook, com umas 20 pessoas. Quando voltei a verificar tinha 100, depois – meu Deus, já tinha 1000! Estava sempre a receber mensagens no facebook, imensos e-mails, e depois perguntei no Twitter ‘para onde devemos ir?’ e as respostas eram todas ‘Lisboa’. Então pensei, ok!

Para além disso, no ano anterior tivemos umas 1000 startups na competição da Web Summit (…) e na final a vencedora foi uma startup portuguesa. Entre tantas de Berlin, de Silicon Valley, de Nova Iorque, ganhou um português e os americanos ficaram todos a pensar ‘onde é isso, mesmo?’.

Depois, também contratámos a nossa primeira funcionária portuguesa (…) e ela disse-nos para considerarmos Lisboa. Em Dezembro fizemos uma noite portuguesa – por termos uma funcionária portuguesa – e o Embaixador português mandou uma mensagem convidando os portugueses a aparecerem em casa dele. Apareceram umas 200 pessoas e ele, como embaixador, contactou o governo português perguntando ‘estamos a prestar atenção às startups’?»

Movimento popular fez a diferençan«Foi só na terça-feira às 2 da manhã que chegámos a um acordo final sobre tudo isto e o factor que mais pesou foi que há realmente um movimento popular. (…) Já vi algo semelhante na Irlanda. Quando há uma crise toda a gente fica revoltada porque não há emprego ou os salários são baixos, ou vêem os amigos a sair do país. Há muita raiva. Mas depois toda uma geração diz: bem, podemos continuar a queixar-nos ou podemos construir o nosso próprio futuro. Noutros países, sobretudo no Norte da Europa, não vi o mesmo espírito de comunidade. Acho que passar por muitas dificuldades acaba por aproximar as pessoas.»

O que distingue a Web Summit de outros eventos?n«Primeiro, é um evento para conhecer pessoas, como o Tinder mas no mundo real. Quando comecei a realizar a primeira edição do evento procurei um software que me ajudasse a organizar os lugares nas mesas de jantar. (…) Queria optimizar a distribuição dos grupos, por isso perguntei a alguns organizadores de eventos se conheciam algum, e como não conheciam eu e o meu amigo fizemos um algoritmo básico que permitia tratar disso. Em 2011 envolvi-me no software de ticketing e fui conhecer os organizadores de algumas conferências massivas e fiz-lhes algumas perguntas. Não consegui perceber porque não usavam software para melhorar a experiência da conferência.»

Uma conferência de networking com sistemas de recomendaçãon«O Facebook, o twitter e outros resolveram o problema de quem uma pessoa deve seguir ou de quem deve tornar-se amigo (…) através de sistemas de recomendação (…). Em 2012 decidi tirar os meus amigos do sofá, arranjámos um escritório e começámos a desenvolver a um sistema que permite melhorar a informação de quem devemos conhecer numa conferência, de uma forma discreta (porque de outra forma era um pouco assustador). Na noite de abertura da Web Summit, o grupo em que um participante é inserido não é aleatório. Tiramos tudo o que podemos saber sobre uma pessoa do Twitter, do Facebook, do Behance e muitos outros e analisamos toda essa informação para tentar descobrir qual é o grupo de 15 pessoas em que deve estar inserida. E depois a nossa app móvel, que funciona um pouco como o Tinder, está constantemente a dar sugestões e vemos tudo o que está a fazer no evento para melhorar essas recomendações (…). É usar o que o Facebook e o Linkedin estão a fazer mas aplicado ao mundo real (…). Aplicamos software às conferências, que costumavam ser uma indústria pouco inteligente.»

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Mais de 30 pessoas foram ouvir Patty Cosgrave explicar porquê Lisboa foi escolhida
para a realização das próximas 3 edições da Web Summit
nA candidatura de Lisboa foi organizada pelo Turismo de Portugal, Associação Turismo de Lisboa (ATL) e AICEP, tendo contado também com o apoio institucional do Governo e da Câmara Municipal de Lisboa. No entanto, segundo Cosgrave, foi o esforço do movimento iniciado com a página ‘Bring the Web Summit 2016 do Lisbon, criado pela Ship e impulsionado pela We Love Social, através da criação de uma campanha na plataforma Thunderclap, que fez explodir a mensagem e pender a balança para a escolha de Lisboa. Nesta campanha participaram activamente Matthew Carrozo da Crew e director de marketing da Landing Jobs, Maria Almeida da Beta-i e Andreia Almeida da We Love Social/ your e-PR agency.

A Web Summit nasceu na Irlanda e este ano celebra em Dublin a sua quinta edição, com 21 conferências temáticas e mais de 1000 oradores, num evento que atrai dezenas de milhar de pessoas, estimulando a economia e trazendo novas empresas para a capital irlandesa.

Oiça a conversa na íntegra aqui: (Podcast)

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nnAssista ainda a todas as conversações na plataforma de Social Listening para monitorização de todas as conversas em http://bit.ly/lxwebsummit16 (créditos: We Love Social)

Nota editorial: Um especial agradecimento à Incubadora Taguspark e à We Love Social por proporcionar a presença do Empreendedor.com neste evento e pela cedência de algumas imagens.

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