Um inquérito realizado pela Boston Consulting Group (BCG) revelou que 71% dos portugueses preferem um modelo de trabalho híbrido ou remoto, destacando a mudança nas preferências laborais. Apenas 29% dos inquiridos manifestaram preferência por trabalhar exclusivamente presencialmente.
Entre as razões para esta preferência destacam-se a conciliação entre trabalho e vida pessoal, citada por 38% dos participantes, seguida pela redução de custos (34%), melhoria da saúde e bem-estar (29%), e diminuição do tempo de transporte (29%). Por outro lado, a construção de relações com colegas, aprendizagem e desenvolvimento, e sustentabilidade foram mencionadas como motivações menos relevantes para os inquiridos.
A pesquisa também revelou um contraste geracional significativo, com apenas 17% dos portugueses com menos de 34 anos a preferirem o trabalho presencial, em comparação com 44% dos inquiridos com mais de 55 anos.
Manuel Luiz, Managing Director & Partner da BCG, sublinha a importância de as empresas compreenderem as preferências dos colaboradores e adaptarem as suas estratégias para equilibrar as necessidades internas com as individuais.
“Estes dados demonstram que há um desfasamento entre a realidade das organizações e o desejo dos seus colaboradores”, afirma. “Existe ainda uma lacuna entre gerações, o que obriga as organizações portuguesas a pensar em estratégias e respostas personalizadas e adaptadas às diferentes faixas etárias”, acrescenta Manuel Luiz.
Além disso, o estudo identificou os atributos mais valorizados no trabalho, destacando a autonomia e responsabilidade (26%), ambiente de trabalho saudável e colaborativo (24%), e equilíbrio entre vida pessoal e profissional (24%) como os mais significativos para os portugueses.
O estudo baseou-se num inquérito realizado a 1.000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 15 e 25 de setembro de 2023, abordando questões relacionadas com os hábitos de consumo durante o ano.
De acordo com a BCG, as organizações precisam de adotar cinco ações fundamentais para implementar com sucesso modelos de trabalho flexíveis, incluindo o alinhamento das necessidades da empresa, capacitação dos líderes, personalização dos modelos de trabalho, investimento em fatores-chave para o sucesso e identificação de KPIs relevantes para avaliar o impacto.