A maioria dos especialistas a operar em Portugal revelou que 54% do rendimento do seu negócio foi negativo e só 45% afirmou que 2021 foi um ano melhor que 2020.
Segundo uma pesquisa da Fixando, a app que agrega serviços de profissionais liberais, a maioria dos inquiridos disse ter tido prejuízo em 2021 e 44% admitem aumentar os preços em 2022 para dar resposta à inflação e ao aumento nos custos de energia e matérias-primas.
Para este estudo a Fixando analisou os 94.000 pedidos de clientes, registados na plataforma, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 e ouviu a opinião dos profissionais inscritos.
Entre as áreas mais penalizadas está o Catering de Festas e Eventos, que registou uma quebra de valor médio na ordem dos 45%. Em contrapartida o Catering ao Domicilio cresceu na ordem dos 43%, refletindo uma adaptação às circunstâncias e à procura.
Segundo Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, algumas quebras também podem estar ligadas, não apenas a um adiamento das necessidades, mas também à diminuição do tamanho do trabalho contratado, influenciado pelo cliente-tipo como é o caso das limpezas e das mudanças.
No que se refere aos preços dos serviços em 2021, apenas 17% dos profissionais liberais disse ter aumentado os preços do serviço prestado, maioritariamente devido à inflação, ao aumento da procura e ao preço de combustíveis e matérias-primas.
“A falta de matérias-primas, que se tem vindo a sentir ao longo do ano (como no caso da bricolage e da pintura) e, por outro lado, as restrições impostas devido à pandemia (como acontece com os serviços relacionados com eventos – como o catering – e com o bem-estar – como as medicinas alternativas ou a manicure e pedicure), levam a que os especialistas tenham que reduzir o número de serviços mensais e capacidade de clientes e, consequentemente, para sobreviver, aumentar os seus preços”, explica Alice Nunes.
Relativamente às quebras na procura, os serviços de reparação técnica destacam-se em 2021 depois de um grande crescimento, no primeiro ano da pandemia, acabaram por regressar aos valores “normais”. Também a gestão de condomínios, com uma quebra na ordem dos 53%, pode ser uma consequência da disponibilidade criada pelo teletrabalho, que agora voltou a dar tempo aos proprietários deles próprios fazerem a gestão dos seus prédios.
No que diz respeito à procura, destaca-se ainda o aumento na procura de serviços online em 2021 (+7% face a 2020), mostra que os portugueses recorrem ao online para satisfazer todas as suas necessidades – desde procurar ajuda para educar os seus animais de estimação a encontrar a pessoa certa para lhes limpar a casa.
A responsável da Fixando acredita na resiliência do setor terciário, que se tem adaptado face a todas as circunstâncias adversas, com o ano de 2021 a consolidar o crescimento da procura de serviços de profissionais liberais no online, uma tendência que já tinha registado um forte crescimento na primeira fase da pandemia, em 2020.
“Os números refletem um mercado dos serviços cada vez mais adaptado ao online. Os especialistas sabem que necessitam dele para expandir os seus negócios e para os clientes é a forma mais rápida e económica de encontrarem soluções para as suas expectativas, especialmente sem que tenham de sair de casa. Perante todos os obstáculos, continua a existir flexibilidade, de ambos os lados, para adaptar os negócios e as transações aos novos tempos”, conclui Alice Nunes.