Um estudo da Boston Consulting Group (BCG), intitulado Four Keys to Boosting Inclusion and Beating Burnout, revela que 48% dos profissionais em todo o mundo estão a enfrentar esgotamento no local de trabalho. O relatório destaca que a inclusão desempenha um papel essencial na redução desse risco, com os dados a indicarem que os trabalhadores que se sentem incluídos têm metade da probabilidade de sofrer esgotamento, reduzindo o risco de 63% para 31%.
Apesar de o esgotamento estar geralmente associado a longas horas de trabalho e ambientes de alta pressão, este estudo inovador sublinha que o sentimento de inclusão no local de trabalho é um fator crucial na saúde mental e na motivação dos colaboradores. Segundo Manuel Luiz, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, “A competitividade e a pressão para atingir resultados nos ambientes corporativos atuais têm contribuído para o aumento do esgotamento, afetando diretamente a saúde mental dos colaboradores. Adotar estratégias de inclusão personalizadas e ajustadas às necessidades dos trabalhadores é essencial para construir equipas mais saudáveis e produtivas.”
Os grupos mais vulneráveis a este fenómeno incluem mulheres, membros da comunidade LGBTQ+, pessoas com deficiência e trabalhadores da linha da frente, registando um risco de esgotamento 26% superior aos restantes. Para combater o problema, a BCG recomenda três estratégias: conhecer melhor os colaboradores e oferecer benefícios adequados, promover uma liderança inclusiva e criar processos transparentes que assegurem oportunidades justas.
“O nosso estudo mostra que a inclusão não é apenas um imperativo ético, mas também uma solução prática para aumentar o bem-estar e a produtividade dos colaboradores,” acrescenta Manuel Luiz. “Quando os trabalhadores se sentem valorizados e incluídos, são mais propensos a permanecer nas suas funções, o que reduz a rotatividade e os custos associados para as empresas.”
Estratégias para Aumentar a Inclusão e Reduzir o Esgotamento
Para combater o esgotamento, o estudo recomenda o desenvolvimento de políticas de apoio e benefícios que respondam às necessidades dos colaboradores, reforçando o sentimento de pertença e motivação. As empresas devem também investir em líderes que promovam o bem-estar mental e a diversidade nas suas equipas. “Os líderes têm de estar presentes e dispostos a ouvir, criando um ambiente onde todos os colaboradores se sintam apoiados e motivados a contribuir”, reforça Manuel Luiz.
Processos claros e meritocráticos são essenciais para garantir que todos os colaboradores têm acesso igualitário a oportunidades de progressão na carreira. A meritocracia e a justiça no local de trabalho são fundamentais para manter a motivação e o desempenho das equipas.
“As empresas que priorizam a inclusão e o bem-estar estão não só a criar uma força de trabalho mais feliz e saudável, mas também a posicionar-se como líderes no mercado global,” finaliza Manuel Luiz. “Num mundo cada vez mais competitivo, estas organizações têm uma vantagem clara em termos de inovação, lealdade dos colaboradores e crescimento sustentável.”