Conectar pessoas, promover inovação e criar oportunidades de negócio são os pilares do South Summit, um dos maiores eventos mundiais de empreendedorismo e inovação. María Benjumea, presidente do South Summit, partilha a visão por trás deste movimento global que está a moldar o futuro dos negócios em todo o mundo.
O South Summit Madrid, que decorrerá de 5 a 7 de junho de 2024, promete ser um marco para empreendedores, executivos de venture capital e startups de elevado potencial, reunindo mais de 16.000 participantes de mais de 100 países dos cinco continentes. Este evento não é apenas uma oportunidade para networking, mas sim um hub de inovação e colaboração que visa transformar o futuro dos negócios.
A Revista do Empreendedor falou com María Benjumea, presidente e fundadora da Spain Startup, empresa que promove e organiza o South Summit. Desde o início da sua carreira profissional, María tem sido empreendedora.
Após concluir a sua formação em Geografia e História pela Universidade Complutense de Madrid, aos 25 anos iniciou o seu primeiro projeto, o Taller del Arte, um espaço inovador que combinava um negócio baseado em antiguidades, galeria de arte e restauro. Mais tarde, fundou o Infoempleo, que se transformou no principal site de procura ativa de emprego. Agora com o South Summit, María Benjumea dedica o seu percurso profissional a celebrar o empreendedorismo e a inovação.
“A base do South Summit são as conexões. Definimo-nos como uma plataforma que conecta todas as pessoas presentes no ecossistema – os empreendedores, ou seja, os fundadores de startups – e conecta-os com as corporações que compõem a economia global e que necessitam de inovação, novos produtos e serviços. Precisam de se transformar e, por isso, necessitam de colaborar com as startups. Além disso, os investidores, que são o terceiro ator económico – ou o segundo, uma vez que tanto as startups como as corporações são empresas – também fazem parte do ecossistema. Assim, o South Summit promove todo o tipo de atividades que multiplicam as conexões, originando oportunidades de negócio reais que beneficiam as startups, os investidores, as corporações e todos os setores envolvidos no contexto da inovação e da colaboração.”
Se a essência do South Summit reside na conexão entre empreendedores, corporações e investidores. María Benjumea destaca a importância de criar um ecossistema onde todos possam prosperar, impulsionando a inovação e gerando oportunidades reais de negócio. Nesse sentido a competição de startups é um dos pontos altos do evento, oferecendo às empresas emergentes a oportunidade de se destacarem e de angariarem investimento significativo para expandirem os seus negócios.
“A competição é uma parte muito importante do South Summit e os resultados são muito significativos. Nas últimas edições, tivemos uma média de 4 mil empresas a concorrer a cada ano, das quais cerca de 80% são de fora de Espanha, representando diversas regiões do mundo. De salientar que o processo de seleção das 4 mil candidaturas até chegar às 100 finalistas é muito rigoroso, envolvendo avaliações sucessivas e um comité composto por investidores e especialistas. Este processo resulta numa qualidade espetacular das startups finalistas. Ao longo dos anos, estas finalistas conseguiram angariar quase 15 mil milhões de dólares em investimento, demonstrando o impacto positivo da competição.”
“Não foi no South Summit que levantaram todo esse dinheiro, seguramente que não, no South Summit conseguiram muito dinheiro, mas as startups finalistas são muito boas e, como eu comentava antes que o objetivo do South Summit é conectar as pessoas, ao apresentar estas startups a todos os participantes, para que se possam relacionar, então esse é o resultado. E os resultados são espetaculares”, sublinha.
Além do evento principal em Madrid, o South Summit expandiu-se para outras regiões, como o Brasil, e lançou as “Scaleup Series”, um conjunto de eventos em várias cidades europeias, incluindo Lisboa. María Benjumea salienta que esta expansão reflete o compromisso do South Summit em fortalecer os ecossistemas empreendedores em todo o mundo e criar conexões globais sem fronteiras.
“Organizamos as Scaleup Series na Europa porque queremos que as pessoas venham não só a Madrid, mas também a Lisboa. Estes eventos são uma oportunidade de conexão com o ecossistema, partilha de inovação, contacto com corporações, investidores, unicórnios e empreendedores. Estamos a trabalhar para aumentar a colaboração no ecossistema e oferecer oportunidades para todos os intervenientes”, salienta.
“Os dois países ibéricos são uma porta de conexão extraordinária para a América Latina. Levamos o South Summit ao Brasil há três anos e estamos aqui para ficar. A nossa ideia agora é expandir e conectar outras regiões através da Península Ibérica, incluindo a América do Norte, a Europa e outras partes do mundo. Somos uma plataforma de conexão global, sem fronteiras.”
Num mundo onde os avanços tecnológicos, especialmente na área da Inteligência Artificial, despertam preocupações sobre o futuro do trabalho, María Benjumea enfatiza o papel fundamental dos humanos na criação e utilização dessas tecnologias. A inovação é impulsionada pela mente humana, e é através da colaboração global que podemos aproveitar todo o potencial das tecnologias para o bem da humanidade.
“Quanto mais tecnologias tivermos, melhor. A inovação é fundamental, daí o nosso lema da edição deste ano ser ‘Human by Design’. Apesar das preocupações sobre se as tecnologias irão substituir os humanos, é importante perceber que somos nós, humanos, que as desenvolvemos. As tecnologias resultam da nossa capacidade e talento. Sempre estivemos no centro da inovação e das tecnologias. É isso que temos de continuar a promover: inovação e colaboração a nível mundial.”
Reconhecido como uma das principais plataformas mundiais de empreendedorismo e inovação, bem como uma das mais importantes redes de conexões com os principais intervenientes do exigente ecossistema de inovação e venture capital, o South Summit torna-se imprescindível para detetar oportunidades, desenvolver negócios e contribuir para um impacto positivo.