Apesar da tentativa de voltar às raízes e de preservar o contacto físico com os clientes, as empresas têm, cada vez mais, de interiorizar que a sua presença online é meio caminho andado para o sucesso. Portugal tem crescido nesse capítulo, mas ainda tem muito a aprender com o país irmão do outro lado do Atlântico.
Segundo o IBOPE, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América Latina, o Brasil é dos países com o maior número de pessoas online e que permanecem ligadas ao mundo digital por mais tempo. Apesar dos serviços de internet não serem os melhores, os brasileiros já não passam sem o seu celular ou notebook.
Estima-se que em 2015, em média, os brasileiros passavam 5 horas online. A métrica impressiona mais sabendo que cerca de 30% dos que viam televisão faziam-no enquanto navegava na internet. Foi por alguns destes motivos que, em 2017, a ‘Exame Brasil’ estimou que o crescimento do marketing na sua vertente digital crescesse entre 30 a 75%, algo único na área.
Também em 2015, a revista ‘Pequenas Empresas & Grandes Negócios’ escrevia que 7 em cada 10 pequenos negócios já apostavam em marketing e publicidade digital, demonstrando a visão de um país que, apesar da crise económica e política, não se acanha e aposta na notoriedade da sua marca e na sinergia entre diversas ferramentas para vender ainda mais. Por algum motivo continua a ser uma das dez maiores economias do mundo!
O caso de Portugal é diferente. Começa-se a assistir a uma proliferação de apostas em marketing digital. No entanto, muitas indústrias e áreas estão estagnadas, por não haver uma estratégia ou pessoa da área na empresa. Mais ainda quando se trata de empresas familiares ou PMEs, traçando um cenário menos positivo tendo em conta que são o grosso do mercado laboral nacional. Em 2016, a ‘Outglobal’ previa uma presença online de cerca de 70% das PMEs, mas apenas 10% utilizavam as redes sociais para vendas, por exemplo.
Ou seja: temos uma boa carpintaria, mas não sabemos cortar madeira. Assim, há que expressar a importância da contratação e utilização de profissionais da área ou de empresas externas de marketing. O marketing tem de ser visto como um investimento e nunca uma despesa.
Assim, termino com 6 bons motivos para apostar, como os nossos irmãos brasileiros, no marketing digital de uma vez por todas:
1 – Custo x Benefício: o que é feito nesta área pode demorar a trazer resultados, por vezes frustra os que menos percebem, mas cada passo traz resultados no futuro e um bom profissional trará sempre bons resultados e rendimento à empresa.
2 – Mobile is your friend: é raro encontrar alguém que não tenha smartphone hoje em dia. Ou seja, há milhões de pessoas com uma mini-loja no bolso que podemos potenciar ao máximo.
3 – Geolocalização: a desculpa de que marketing é para empresas grandes que estão em todo o lado perde-se com a geolocalização. Pesquisas feitas na área onde se encontra o negócio poderão facilmente levar os potenciais clientes a adquirir os nossos serviços/produtos. Acabou o David x Golias.
4 – Orgânico está na moda: não é só na alimentação que o orgânico faz furor. Podemos trabalhar o marketing digital de forma praticamente gratuita e, algumas vezes, ter melhores resultados do que campanhas pagas. Basta ser criativo.
5 – Melhorar o atendimento ao cliente: se as pessoas precisam, elas procuram instantaneamente. Temos, então, uma janela para pedir feedback imediato, para registar sugestões e problemas, resolvendo-os ao segundo. Quem ganha é a marca e a sua notoriedade, assim como os seus lucros.
6 – Socializar nas redes: estar perto daqueles que nos procuram ou poderão procurar é vital. Estar de forma proeminente nas redes sociais, de forma estruturada e pensada, irá demonstrar compromisso e dedicação, sabendo o que os consumidores querem.
Bónus: as redes sociais mais utilizadas em Portugal são, respetivamente, o Facebook, YouTube, Instagram, Whatsapp e LinkedIn. Não é obrigatório estar em todas, mas convém pensar que podemos sempre estar em algumas.