Um novo relatório do Medscape, intitulado “Médicos Europeus e IA”, revela que 54% dos médicos portugueses estão entre os mais entusiasmados com a aplicação da inteligência artificial (IA) na área da saúde, seguidos pelos britânicos (50%) e espanhóis (46%). Realizado entre janeiro e junho de 2024, o estudo abrangeu 5.355 médicos de seis países europeus, incluindo Portugal, e destaca tanto o potencial como as preocupações associadas ao uso da IA na medicina.
Apesar do otimismo quanto ao impacto da IA, mais de metade dos médicos portugueses também expressam receio de que a tecnologia possa substituir o seu juízo clínico e conhecimento, uma preocupação partilhada com os profissionais espanhóis, enquanto os médicos alemães são os menos preocupados (72%). O estudo revela que 93% dos médicos portugueses defendem a necessidade de um enquadramento legal e supervisão rigorosa no uso da IA na medicina, com particular ênfase nas áreas de radiologia e clínica geral, onde 75% dos portugueses veem um impacto positivo.
Outro ponto central é o papel da IA na redução da negligência médica, com 57% dos médicos portugueses a acreditar no potencial da tecnologia para minimizar erros médicos. Em contraste, 40% dos britânicos temem que a IA possa aumentar os casos de negligência. Já quanto à aceitação dos doentes, 78% dos médicos portugueses indicam que os seus pacientes são favoráveis ao uso da IA, embora expressem preocupação com o risco de diagnósticos incorretos provenientes da IA generativa.