O mercado global de IA generativa na animação está em crescimento acelerado, prevendo-se que aumente de 1,3 mil milhões de euros em 2023 para 24,45 mil milhões de euros em 2033, de acordo com dados recentes. Este aumento significativo está a ser impulsionado pela crescente procura de conteúdos animados de alta qualidade e complexidade, em várias indústrias, como entretenimento, educação, publicidade e jogos. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) deverá atingir os 36,2%.
Simona Vasytė, CEO da Perfection42, sublinha que a rápida evolução das ferramentas de IA tem um impacto profundo na animação, permitindo uma maior eficiência e retornos de 20% a 50%. “Embora muitos temessem que a IA pudesse substituir a criatividade humana, o que observamos é que estas ferramentas estão a capacitar os artistas, a melhorar os fluxos de trabalho e a democratizar o acesso a capacidades de animação de topo. A IA generativa não substitui o processo artístico, mas complementa-o”, afirma Vasytė.
No desenvolvimento de personagens, a IA está a ajudar os animadores a criar expressões faciais realistas e movimentos mais naturais, aumentando o realismo e o envolvimento com o público. Um exemplo recente pode ser visto no filme Elemental, da Pixar, onde a personagem Ember foi animada com a ajuda de IA, integrando simulações 3D avançadas.
Outro benefício da IA na animação é a criação de cenários e ambientes detalhados. A tecnologia permite gerar paisagens complexas e texturas realistas, como cenas urbanas movimentadas ou paisagens naturais tranquilas. Este tipo de inovação já foi aplicado em projetos como o anime “Dog and Boy”, da Netflix, onde a IA foi usada para criar fundos paisagísticos.
Contudo, existem desafios associados à implementação da IA nos processos tradicionais de animação. A integração destas ferramentas exige ajustes significativos nos sistemas já estabelecidos, o que implica custos elevados e um esforço de adaptação. “Embora a curva de aprendizagem possa ser acentuada, os benefícios a longo prazo, como a redução de 30% a 50% no tempo e custos de produção, tornam esta transição não só valiosa, mas necessária para manter a competitividade”, salienta Vasytė.
No entanto, a adoção de IA deve ser cuidadosamente gerida, tanto do ponto de vista técnico como ético. As ferramentas de IA podem, por vezes, diluir a autenticidade do conteúdo e levantar questões sobre a proteção dos direitos dos artistas. “É fundamental que estas tecnologias sejam implementadas de forma a preservar a originalidade e integridade do trabalho artístico”, conclui Vasytė.