O mercado mudou, porque nós mudámos

Loja
Foto: Pixabay

Sim, o mercado mudou.

Pode parecer cliché, porque já mudou muitas vezes no passado, sempre que houve algo que fez uma pedrada no charco e os negócios e o consumo se reposicionaram.

Mas a verdade é que na área dos cuidados saudáveis e de negócios mais amigos do ambiente há consumidores cada vez mais preocupados e mais envolvidos, em que muitas vezes eles próprios empreendem e trazem soluções diferentes, porque como clientes as buscavam.

Se há anos havia apenas uma ou 2 lojas mais eco-friendly nas áreas metropolitanas das grandes cidades, hoje todos os bairros têm várias ofertas e também nas periferias se encontram negócios que apostam numa vida mais saudável e sustentável – cabazes biológicos, compras alimentares a granel, restaurantes vegetarianos…

Já não é só o vizinho hippie que lá vai: as famílias começaram a incorporar isso no seu estilo de vida normal. Vemos o verdadeiro ciclo da oferta e da procura em harmonia: há procura, gera-se mais oferta, que traz mais procura, que gera mais oferta.

A grande distribuição também percebeu a tendência e já oferece áreas de compra avulso, uma área saudável e biológica muito maior do que há uns anos seria sequer imaginável e até ações que promovem o reaproveitamento de alimentos em fim de vida.

No entanto a revolução está a ser feita sobretudo mais por pequenos negócios de empreendedores.

Curiosamente, até o eterno estigma português da roupa e acessórios em segunda mão parece estar ultrapassado: mercados frequentes e lojas diversas a abrir, mostram que há procura pelo glamour de uma peça diferente. Servida por uma maior consciência económica e ecológica.

As redes sociais trouxeram-nos um novo poder. agora cada um de nós assume o passa-palavra que ajuda a promover pequenos negócios

Porque hoje há um caminho claro no consumo: procuramos mais experiências que objetos, e vivemos nesta dualidade do excessivamente digital tentando ao mesmo tempo ter uma vida mais simples e minimalista.

De facto, as redes sociais trouxeram-nos um novo poder, a nós pessoas comuns, pois agora a recomendação online que cada um de nós assume e o passa-palavra digital, ajudam a promover pequenos negócios, empresas locais e a divulgar parcerias colaborativas.

A crise económica de 2011/2012 fez com que se procurassem soluções mais criativas na tentativa de cortar gastos. E das adversidades nascem sempre oportunidades. Partilha de transporte, espaços de cowork ou sites de compras e vendas entre particulares por exemplo, são sinais visíveis de uma economia que começa a apostar na colaboração para poupar recursos, pessoais e do planeta.

Os recursos mundiais ficam agora gastos já a meio do ano, sendo o resto do tempo até as 12 baladas do dia 31 de Dezembro suportado pelo tal conceito nosso conhecido de “viver acima das possibilidades”. Neste caso… das do planeta.

Resta-nos promover um estilo de vida que condicione e castigue menos esta casa que é a nossa, e que tanto como empreendedores ou consumidores puxemos por negócios que ajudam a poupar recursos e a poluir menos.

Comprar local, evitar produtos descartáveis, minimizar o consumo agropecuário, ou dar vida aos famosos 3Rs – reduzir, reutilizar, reciclar – são apenas algumas ideias que muitos já vão praticando.

Olhem à vossa volta. De certeza há bons exemplos nesse caminho e empreendedores a querer melhorar a vida global neste grande condomínio chamado Terra: vamos ajudá-los?

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Marketeer de sangue, sou manager no Grupo Planeta (7º maior grupo editorial no mundo), com experiência em planeamento de negócio e gestão de marcas. Sou também entusiasta de uma vida saudável, onde se cria tempo para o desenvolvimento pessoal. Acredito que cada um pode ser muitas coisas e defendo a partilha, as raízes e uma Portugalidade imensa. Por isso criei o meu manifesto da simplicidade, o projecto Vida 1.0, com inspirações várias para uma vida mais leve. Mais simples. E mais feliz.

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