Mulheres devem apostar no negócio de aluguer de curta duração e no ecossistema de travel tech

Imagem de Rachel Scott por Pixabay

Numa altura em que o empreendedorismo feminino ainda é a exceção e não a regra, a exploração de alugueres de curta duração revela-se uma oportunidade de negócio crescente para as mulheres.

A expansão de plataformas como o Airbnb ou a Booking contribuiu para criar um mercado de aluguer de curta duração avaliado em 169 mil milhões de dólares, em 2018, de acordo com a agência SKIFT Research. Este mercado inclui grandes referências no feminino, demonstrando que quando as mulheres não são condicionadas por uma estrutura hierárquica tradicional, prosperam.

Regulação global

Os avanços tecnológicos no mercado dos alugueres de curta duração estão a proporcionar novas formas de obter rendimentos através da gestão de propriedades. Plataformas como o Airbnb eliminam a disparidade salarial baseada no género, abrindo as portas às mulheres por todo o mundo, invertendo um mercado tipicamente masculino e tornando-o numa oportunidade de crescimento profissional, sem a necessidade de capital de investimento inicial.

Na verdade, qualquer pessoa pode iniciar um negócio de economia partilhada. Os viajantes que escolhem alojamentos de curta-duração por meio de uma plataforma de viagens fazem-no de acordo com as comodidades e vantagens anunciadas – e nada mais. O que (felizmente) não é tido em conta são fatores como o género e etnia do anfitrião que veem o seu sucesso medido com base naquilo que têm para oferecer, sem qualquer preconceito.

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As mulheres como anfitriãs de alojamentos de curta duração pelo mundo

No relatório de março de 2017 do Airbnb, a empresa verificou que, olhando para a sua história, as mulheres anfitriãs perfaziam 55% da sua comunidade global, e que 120% dos seus hóspedes foram homens. A empresa estimou também que mais de 50 mil mulheres por todo o mundo utilizou o rendimento como forma de sustento ou como capital para investimento em negócios próprios.

O mesmo relatório demonstrou que, globalmente, 62% das anfitriãs do Airbnb que são mães solteiras utilizaram as receitas do seu trabalho para pagar as casas.

Este fator é particularmente forte em países como a India, onde uma anfitriã do Airbnb pode ganhar dinheiro suficiente para cobrir 31% dos seus custos anuais da casa e o Quénia onde está perto de cobrir um terço.

Então, como é que mais mulheres podem participar na indústria do alojamento de curta duração? Vejo à cabeça 3 passos:

  1. Encontre e aproveite as oportunidades. O aumento da procura por alugueres de curta duração, a ideia da viagem como um bem essencial em vez de um luxo, o trabalho à distância e o desejo de “viajar como um local” são tendências atuais. Por isso, escolha quais destas oportunidades fazem mais sentido para si e em qual consegue acrescentar mais valor.

A sua mais-valia pode estar: nas operações, no marketing e canal de distribuição, na comunicação com os donos das casas ou na pesquisa das melhores localizações. O importante é construir um negócio que realce aquilo que faz melhor.

  • Perceba o compromisso. Calcule o tempo que vai dedicar a esta função e quanto dinheiro é que vai ganhar com isso. Apesar dos arrendamentos de curta-duração serem um negócio atrativo, requerem um enorme compromisso – desde a constante comunicação com os hóspedes, passando pelo marketing necessário, até às limpezas e check-ins.
  • Faça um plano de crescimento. À medida que o seu negócio vai crescendo, procure softwares de automatização de tarefas que ajudem na eficiência e eficácia do seu trabalho de modo a simplificar as várias tarefas que os gestores de propriedade enfrentam diariamente.

Além da Guesty, existem outras soluções que facilitam a coordenação de todo o processo. Por exemplo, a Beyond Pricing é uma plataforma que compara a dinâmica dos preços em tempo real para maximizar as receitas e as reservas. A NoiseAware monitoriza o volume do som dentro de casa e envia um alerta ao proprietário sempre que o som excede o volume razoável e a Porperly, uma app que permite a comunicação entre anfitrião e fornecedores de limpeza e a gestão diária da hospitalidade. Além de contribuírem para uma melhoria do seu negócio, estas plataformas criam também novos postos de trabalho.

Para além de contar com a tecnologia para potenciar o sucesso, é essencial garantir que se segue um plano de negócios que descreva todos os custos e rendimentos – e sentir que esse plano se pode executar de verdade.

Imagem de Schluesseldienst por Pixabay

O impacto na travel tech

O crescimento do empoderamento feminino que o aluguer de curta duração promoveu também já se começa a notar no ecossistema da travel tech – empresas que responderam a necessidades de soluções para a indústria do aluguer de curta duração. Partilho duas razões:

  1. A força laboral do turismo é 50% feminina e cerca de metade dos diretores de hotéis são mulheres, de acordo com o relatório do World Travel and Tourism Council 2017.

Perante este cenário, eu iria mais longe afirmando que o envolvimento das mulheres na tecnologia de viagem e no arrendamento de curta duração facilitou a sua entrada no mundo da tecnologia, um ecossistema predominantemente masculino, e até ao alcance de lugares de liderança

Gillian Tans, CEO da Booking.com, melhorou as operações e vendas da empresa em mais de 224 países e territórios, de acordo com o perfil feito na Businesswoman Media. Na nossa empresa, 42% dos colaboradores são mulheres (das quais mais de 40% estão nos quadros médios e de topo).

  • Se for comparar a amostra de colaboradores do Airbnb (48.94 % mulheres em 2018), com a das grandes empresas tecnológicas como o Facebook (36.3% mulheres em 2018) e a Google (30.9% mulheres em 2018), o segmento das plataformas de viagens aparece no topo. Estes dados, e os mencionados anteriormente, são algumas das razões pelas quais é mais fácil para as mulheres encontrarem o seu lugar na tecnologia de viagem do que na tecnologia em geral.

As soluções tecnológicas e as plataformas de suporte a viagens e arrendamentos de curta duração são propulsores da independência financeira feminina em todo o mundo. Esta tendência será tão mais consolidada quanto o conceito de viagem for algo normal e não um luxo.

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