O Web Summit, o maior evento tecnológico do mundo, apresentou o seu terceiro relatório anual sobre a Equidade de Género no Setor Tecnológico, revelando que quase metade das mulheres inquiridas sentem que o seu local de trabalho não está a adotar medidas adequadas para combater a desigualdade de género.
Segundo o relatório, 47% das inquiridas acredita que o seu local de trabalho não está a tomar medidas apropriadas para combater a desigualdade de género, um aumento significativo face aos 26% registados em 2022. A pesquisa revelou ainda que 53.6% das inquiridas relataram ter experienciado sexismo no local de trabalho nos últimos 12 meses, representando um ligeiro aumento desde 2022 (49.5%). Além disso, 77.2% sentem que precisam de trabalhar mais para provar o seu valor devido ao género.
Desafios Persistentes e Algumas Melhorias
O relatório destaca preocupações contínuas, com 70.5% das inquiridas sentindo pressão para provar o seu valor em comparação com colegas do sexo masculino. Apesar disso, 77.2% acreditam que precisam de se esforçar mais devido ao género.
76.1% das inquiridas sentem-se capacitadas para procurar e/ou manter uma posição de liderança, porém são menos (41.8%) as que sentem a pressão de escolher entre a família e a carreira em comparação com 2022 (50.4%). Embora existam oportunidades para mulheres em cargos de gestão, a perceção de oportunidades limitadas para crescer e ascender na carreira ainda persiste. Menos inquiridas sentem-se pressionadas a escolher entre família e carreira, indicando potenciais mudanças positivas na flexibilidade do local de trabalho.
Carolyn Quinlan, VP of Community no Web Summit, comentou que “Embora seja encorajador ver progressos em algumas áreas, como a diminuição da pressão para escolher entre família e carreira, existem também tendências preocupantes neste relatório. O aumento das experiências de sexismo no local de trabalho é desanimador em 2023.”
Carolyn Quinlan salientou que o Web Summit continua a ser um impulsionador de diálogos sobre equidade de género e espera que pesquisas como esta incentivem os locais de trabalho a abordar estas questões e a progredir.
Na edição deste ano do evento de tecnologia, 43% dos participantes são mulheres e mais de 38% dos palestrantes são mulheres – sendo a maior percentagem de palestrantes femininas de todos os tempos. Também as mulheres representam quase um terço de todos os fundadores de startups expositores.