Na Dúvida, Não Empreenda!

Imagem de Tumisu por Pixabay

Você sabe por que razão você quer empreender? É para ficar rico? Difícil. É para ter mais tempo disponível? Muito Improvável. É por que todo mundo está fazendo isto? Péssima ideia.

O ato de abrir uma empresa tem ganho tons de romance, como se o sonho da outra pessoa também fosse o seu e todos devessem largar seus empregos e salários para abrir uma empresa, que logo valerá 1 bilhão.

Mas evidentemente que o que mais acontece é uma avalanche de frustrações e dificuldades para o qual a pessoa não se preparou emocional e nem financeiramente.

Posso dar um exemplo simples que o fará entender: Ser um bom cozinheiro é muito diferente de ser dono de um restaurante. As habilidades que definem um bom cozinheiro são específicas de sabores, harmonizações, criatividade, destreza manual e outras. As habilidades necessárias para abrir e gerir um restaurante são absolutamente diferentes. Conhecimento de contabilidade, gestão de pessoas, planilhas, formação de preço, controle de ansiedade, propaganda, negociação e por aí vai.

No entanto, se realmente possui o sonho de ter a sua própria empresa, resolver um problema real pela qual muitas pessoas lhe pagariam, e acordar desempregado todos os dias sem salário, bem-vindo. Mas, saiba que há formas mais seguras, eficientes e até mais corretas de começar este projeto, e eu gosto de explicar através de exemplos e histórias.

Imagine que você decida pular de paraquedas. Os próximos passos são bem óbvios: Procurar uma escola especializada, fazer um curso em solo, aprender a dobrar o equipamento, ouvir as instruções de uma pessoa muito mais experiente do que você e saltar as primeiras vezes em condições perfeitas de altitude e clima, presos ao seu instrutor. Não é isto?

Por que então que a maioria das pessoas pegam praticamente todo o seu dinheiro e o da família e colocam em um negócio geralmente novo, sem nenhuma experiência prévia, acreditando que o seu conhecimento anterior é o bastante para fazer tudo dar certo e ganhar bastante dinheiro? Como se bastasse “puxar uma cordinha” para o paraquedas abrir. 

Em primeiro lugar, fique dentro da sua zona de conforto! Quero dizer, faça algo que você conheça muito bem pelo menos um dos aspetos críticos. Seja os Clientes, o Mercado, a Solução, os Contratos, o Produto, qualquer um. Ou seja, não caia no erro comum de trabalhar 10 ou mais anos em uma área, sair e investir todo o seu dinheiro e tempo em “uma franquia e algo que você nunca viu na vida, mas achou “sensacional”.

Na sequência, estude muito sobre aquilo que lhe falta. Aquilo que onde você está mal, mesmo. Para uns é a planilha, para outros a gestão de pessoas, não importa. Se lhe falta, estude. Há muitas fontes de informação disponíveis.

Outro ponto muito importante é a parte financeira. São necessários “2 dinheiros” separados para abrir uma empresa. O “dinheiro” para montar e gerir o negócio e o “dinheiro” para viver até que este negócio gere lucro. Nunca misture os dois!

Após sair do cargo de Diretor de Vendas da Nokia do Brasil para abrir minha própria empresa de “Designers as a Service” chamada U5 Marketing, muitos amigos me procuraram para entender como foi o processo. Percebi que praticamente todo empreendedor novato comete os mesmos erros simples e que podem ser evitados, como ter sócios demais ou não vender para sua rede de contatos, não separar o dinheiro da vida pessoal, gastar demais em coisas.

Por isto, resolvi compartilhar minhas e outras histórias reais, que são comuns a praticamente todo empresário iniciante (mesmo aqueles com décadas de experiência como executivos). É destes pontos que falarei mais profundamente nos próximos artigos.

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