Se algumas marcas optaram por alargar a sua oferta ao lançar novos serviços ou linhas de produtos, outras lançaram modelos de microfranquia com apenas algumas das áreas desenvolvidas ou para espaços mais pequenos, ou modelos de conversão que apostam na transformação de negócios já existentes como forma de ampliar mais rapidamente a rede e a cobertura geográfica nacional.
No âmbito desta reinvenção dos negócios, uma das principais tendências a que temos vindo a assistir são os negócios móveis. Este modelo de negócios é um modelo plenamente instalado e com redes de grande sucesso a nível internacional, onde qualquer negócio se consegue tornar um negócio móvel: cabeleireiro, estética, livraria, apoio escolar, merchandising, saúde, apoio a eventos… Já pensou em todos os negócios que gostaria e poderia ter à porta de sua casa?
A principal vantagem dos negócios móveis é, como o próprio nome indica, a sua mobilidade. Poder testar um negócio de uma forma itinerante (se nesta rua não der, à partida avanço para outra!) será uma das principais vantagens, mas há que não esquecer que a maioria dos negócios móveis hoje conhecidos no nosso país são, sobretudo, negócios fixos, em virtude da necessidade da obtenção de autorização municipal para a localização dos veículos e a sua operação comercial. Por isso, se está a pensar montar o seu negócio móvel mas se ele depende de uma determinada localização, não se esqueça que um dos critérios de viabilidade é a obtenção da licença respetiva, sem a qual alguns dos negócios ‘móveis’ deixam de fazer sentido, sobretudo aqueles cujo fator localização é preponderante.
Depois, não se esqueça do fator dissociador, de que mesmo com a ‘roda inventada’ podemos reinventá-la e inovar na forma como oferecemos os nossos serviços e os nossos produtos, o que aumenta exponencialmente a probabilidade de obtenção de licenças junto de entidades municipais, mas também aumenta a qualidade da oferta junto do nosso consumidor, seja ele o cliente final ou mesmo uma entidade intermediária contactada para o efeito.
De qualquer forma, roulottes, atrelados, motas e bicicletas vieram mesmo para ficar! Além de significarem investimentos muito mais reduzidos do que a instalação de pontos fixos, permitem também, na maioria dos casos, chegar a clientes que, de outra forma, não conheceriam a marca ou não teriam a oportunidade de se tornarem clientes.
Muitos dos negócios móveis estão focados no turismo (experiências, merchandising, alimentação), o que acompanha o crescimento que o setor tem registado nas principais cidades do nosso país.
Mas a principal tendência permanece ligada à área da alimentação, como comprova a realização de festivais relacionados ao tema, como o ‘Street Food Festival’ que decorreu no Estoril, entre muitas outras organizações passadas e futuras, dedicadas a este novo paradigma do franchising e dos negócios. Montar um negócio ligado à área da restauração exige por norma um investimento elevado que um negócio móvel vem simplificar. Além disso, simplifica-se a vida do cliente final, pelo acesso rápido a produtos de qualidade e, normalmente, a um valor reduzido. Não esquecer que estamos a lidar com manipulação de alimentos, pelo que a legislação de regulamentação alimentar deve ser acautelada e rigorosa.
As marcas souberam reinventar os seus modelos e, hoje em dia, apostam nos pontos itinerantes de venda e em formas de poder ter um fluxo financeiro mensal constante durante todo o ano, nomeadamente através do apoio a eventos, festivais, lojas pop-up (temporárias) ou mesmo na constituição de uma loja física, em fases mais maduras da empresa, permitindo não só o aumento de notoriedade associada mas também a possibilidade de escolha, por parte do potencial franchisado, do modelo de negócio que lhe seja mais ajustado.
De referir que, como qualquer novo empreendimento, um negócio móvel carece de um bom plano de negócio, fundamental para estruturar as ideias e analisar a real viabilidade do modelo. Já verificou que é este o seu próximo projeto de vida? Então conduza-o sobre rodas!