O número de pessoas vegan em Portugal está a crescer, segundo o estudo realizado pela Nielsen que mostra que o número quadruplicou em 10 anos. Isto significa que cada vez mais pessoas estão conscientes das suas escolhas de consumo.
Atualmente, o veganismo já nem tem como foco apenas a alimentação, mas também áreas como a cosmética ou mesmo o vestuário e calçado. Mas será que todas estas alterações nos hábitos dos consumidores são apenas uma moda que devemos seguir, ou são realmente o resultado de uma profunda sensibilização para com os animais?
Veganismo na atualidade portuguesa
Há uns anos o veganismo era visto como um movimento “estranho” por muitos portugueses; alguns nem tinham conhecimento acerca do tema. Atualmente este hábito é mais comum e, porque existe mais informação, são cada vez mais os portugueses que optam por este tipo de alimentação ou estilo de vida.
Para muitos consumidores não se trata apenas de uma questão de alimentação, também o calçado, vestuário e cosméticos vegan são tendências cada vez mais populares em Portugal e, inclusivamente, o número de negócios com princípios vegan ou cruelty-free cresceu. E estes valores éticos não são vistos apenas nas marcas estrangeiras que investem em Portugal, mas também em marcas 100% portuguesas.
Além do número de portugueses que está mais ciente destas questões, também existe um maior número de pessoas interessadas no assunto, mesmo que ainda não tenham adotado o estilo de vida. Prova disso é o número superior de pesquisas para o termo ‘vegan’, quando comparado a ‘vegetariano’ no Google Trends.
O que se vê nos dias de hoje é que muitos portugueses, mesmo que não sigam um estilo de vida vegan, diminuíram o consumo de carne, peixe, lacticínios ou ovos. Essa menor frequência evidencia uma maior sensibilização para com os animais.
Portanto a tendência é o crescimento, não apenas por uma questão de moda e de replicar comportamentos dos influenciadores sociais, mas também por sensibilização pelo sofrimento animal.
O mercado vegan nas empresas
Se os portugueses começaram a aderir ao estilo de vida vegan, também muitas empresas seguiram a tendência e abraçaram a mudança.
A preocupação com a preservação do meio ambiente e o bem-estar animal levou muitas empresas a adotar esses princípios na sua gestão empresarial. Estas empresas ‘eco’ tendem a apostar na sustentabilidade e a investir em produtos diferentes, de modo a preencher as lacunas existentes.
A Rutz, por exemplo, é uma marca 100% portuguesa que se especializou em calçado vegan, algo que ainda seria pouco conhecido no mercado no momento de lançamento. Apesar do conceito ‘vegan’, a qualidade do calçado é uma aposta da empresa, a par com a diversidade de produtos. Quanto ao conforto? Não sentirá diferença.
Os produtos cosméticos também têm sofrido alterações. As informações nas embalagens dão conta que são cruelty-free, ou seja, não apoiam a crueldade com animais, uma preocupação cada vez mais relevante na decisão dos consumidores.
A nível de alimentação, numerosos restaurantes adicionaram a opção vegan à sua ementa, mas também cresceu o número de restaurantes especializados nesta alimentação, portanto porque não experimentar um?
Resumindo, não são apenas as pessoas que estão a mudar, mas também as empresas. E o número de empresas eco tem crescido nos últimos anos, preenchendo uma lacuna na oferta deste tipo de produtos no mercado.
Quanto aos produtos vegan, continua a existir segurança e qualidade?
Como já referimos anteriormente, os sapatos vegan têm uma excelente qualidade. Não sentirá diferença a nível de conforto e, mesmo sendo um conceito recente, já existem muitas opções disponíveis no mercado.
Quanto à alimentação, existem provas de que, em muitos casos, contribui para uma dieta rica e saudável. Caso tenha dúvidas convém consultar um nutricionista para saber se este tipo de dieta se adapta ao seu caso. Muitos consumidores dizem sentir mais energia com uma alimentação vegan do que na dieta anterior.
No entanto acreditamos que o maior medo está na cosmética. Será adequada à sua pele? Será que o resultado será o mesmo?
Os produtos não perdem a qualidade por ser vegan nem são prejudiciais. Muitas pessoas com pele sensível, ou doenças como eczema ou psoríase usam-nos, até porque a mudança a nível de cosméticos está mais relacionada com uma questão moral, relacionada com os testes em animais, do que propriamente à melhoria do produto.
Sendo assim, podemos afirmar que os produtos são seguros e que a qualidade é a mesma. No entanto, deve ler sempre a informação contida nos rótulos ou embalagens e usar apenas marcas de confiança.
Concluindo e respondendo à questão inicial: é moda ou sensibilização? O que pode ter começado como “moda” é atualmente uma questão de sensibilização e até moral. Afinal, se tem produtos que protegem os animais, porque não os escolher?