O impulso do PRR à transição digital das PMEs

António Alegre, CEO da Páginas Amarelas, destaca as oportunidades do apoio financeiro da UE

António Alegre, CEO da Páginas Amarelas, destaca as oportunidades do apoio financeiro da UE
António Alegre, CEO da Páginas Amarelas.

A aprovação do Plano de Resiliência e Recuperação (PRR) é um passo na direção certa para assegurarmos a saída da crise e garantirmos um futuro resiliente para o país. São 2.460 os milhões de euros previstos para inovação e formação digital – o equivalente a 22% do pacote total, para aplicação nas empresas 4.0 até 2026.

Com a chegada iminente deste “bolo financeiro”, aumenta a expectativa dos setores que mais têm sofrido com os impactos da pandemia e crescem as dúvidas sobre o que reserva o futuro, chegada a hora de passar do plano à ação: em que medida vai esta “vitamina europeia” ajudar a impulsionar os negócios? Como funcionará em termos de distribuição pelas empresas? Que empurrão pode vir a representar para a maturidade digital do país?

É, obviamente, cedo para se saber. Alguns dos objetivos propostos no apoio às PMEs, como a formação digital e a modernização dos processos de gestão, são fundamentais num país que só agora está verdadeiramente a investir na digitalização do seu tecido empresarial. E como, durante mais algum tempo, vamos continuar a viver num estado de incerteza, nunca como agora foi tão estratégico apoiar a evolução das PMEs através das várias fases que a maturidade digital prevê – desde a criação de um website simples à migração de estruturas complexas para a cloud, passando pela internacionalização através do e-commerce.

“é estratégico apoiar a evolução das PMEs nas várias fases da digitalização”

Certo é que nenhuma das etapas de crescimento no digital será possível sem a capacitação de empresários e colaboradores, sendo que essa é uma das fases onde se pretende atuar primeiro. O PRR é um plano ambicioso, mas estrutural se considerarmos que as novas profissões vão exigir competências digitais múltiplas. E não esqueçamos o expectável efeito cascata, para o qual as PMEs devem preparar-se – não só em termos de capacidade de serviço, como das hardskills dos seus próprios ativos humanos.

Depois da formação seguir-se-á uma fase de transição digital, para a qual se prevê uma das maiores fatias do investimento do plano e o reposicionamento dos negócios num ecossistema digitalmente avançado. A competitividade que resulta da presença digital deverá ter como efeito a modernização progressiva das PMEs, o que por sua vez contribuirá para uma maior maturidade no país em termos de digitalização.

Um estádio final definido pelo PRR para as empresas visa garantir a desmaterialização do processo de produção de forma segura. Podemos olhar para o investimento crescente em sistemas em rede e para as políticas de proteção de dados online para concluir que a modernização dos sistemas de cibersegurança nas empresas é fundamental para garantir a resiliência e a sustentabilidade.

Sustentabilidade, outro termo relevante no dicionário da “bazuca”. Ao visar a inovação através de reformas e investimentos que respeitem os objetivos ambientais, o plano potencia a transição para uma sociedade não só mais digital mas também mais ecológica, uma meta a que todas as empresas com os olhos postos no futuro devem aspirar. Não tenhamos dúvidas: a velocidade a que as empresas se digitalizam constitui a decisão de negócios mais crítica da atualidade e o PRR é uma oportunidade para se criarem impactos duradouros.

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