O Que a Escola Não Nos Ensina

João Critofolini é autor do livro

Mostrar os diferentes caminhos, de educação, carreira e trabalho, que podem e devem ser diferentes, para diferentes perfis de pessoas, é a proposta do livro O que a Escola Não nos Ensina, do empreendedor João Cristofolini.

Com efeito, durante as últimas décadas o ensino – particularmente o universitário – multiplicou-se em numerosas especializações e descurou importantes pontos de preparação para a vida. O Que a Escola Não Nos Ensina — Sete habilidades essenciais para uma vida de sucesso que você não aprende na escola é um livro que pretende ajudá-lo a recuperar de forma simples e prática essa informação de que realmente precisa de saber.

João Cristofolini é um jovem empreendedor que aos 21 anos de idade abandonou a faculdade e criou o seu primeiro negócio. Ele seguiu os passos de grandes empreendedores e aprendeu com eles o que a escola nunca lhe ensinou.

O que é que a escola não ensina?

O sistema tradicional de ensino prepara os seus alunos para seguir um único caminho: ter boas notas, entrar em uma boa universidade, conseguir o tão almejado diploma para encontrar um bom emprego. Não tenho nada contra esse caminho. O problema é que este é apenas um dos caminhos, dentre vários outros que existem. E a proposta do meu livro é justamente mostrar os diferentes caminhos, de educação, carreira e trabalho, que podem e devem ser diferentes, para diferentes perfis de pessoas. Muitas vezes mais baratos e eficientes que o caminho tradicional, principalmente em função das ferramentas que temos hoje, como por exemplo a Internet, com todo o seu processo de democratização do conhecimento e informação.

Quer dizer que antes de escolher o caminho, é preciso saber qual o objetivo que se tem em mente?

É. Em primeiro lugar você precisa de saber qual é a sua missão de vida e, com base nessa resposta deverá avaliar se o sistema de educação tradicional é o melhor (e necessário) caminho para seguir e concretizar a sua missão. Ao passo que na grande maioria das vezes os jovens primeiro escolhem o caminho (universidade) e só depois vão procurar sua missão, que muitas vezes será totalmente diferente daquilo que a escola propõe. O processo está errado.

Para o caminho do empreendedorismo, por exemplo, que foi o caminho que escolhi, a escola não era o melhor lugar – não ensinava sobre isso – tão pouco era requisito para uma carreira de sucesso. Veja os diversos exemplos de empreendedores de sucesso que não concluíram o sistema de educação.

De que forma isso se refletiu na sua vida?

Aos 13 anos de idade tive acesso ao primeiro livro de empreendedorismo que mudou minha forma de pensar e abriu caminho para outras centenas deles. Aos 15 anos de idade comecei a aplicar o que aprendia nestes livros de pessoas e empreendedores de sucesso, gerindo uma empresa familiar, sempre conciliando leitura com a prática. E quanto mais eu lia e empreendia, menos vontade tinha de seguir o caminho tradicional de educação, que me ensinava justamente o caminho contrário.

Comecei a perceber que a escola punia o erro, enquanto na vida (e principalmente no empreendedorismo) aprendemos e precisamos dele para inovar. A escola também não estimulava a criatividade, ao passo que esta é uma das habilidades indispensáveis para o mundo de hoje. Estava focada em respostas, enquanto o que mais me importava eram as perguntas e questionamentos. Ensinava a conseguir um bom emprego, enquanto eu queria gerar bons empregos. A vida é prática, não é teórica, e mais de 90% do que aprendemos em sala de aula não é utilizado na vida prática. Por isso, decidi abandonar a faculdade e me dedicar à educação autodidata e aos meus próprios empreendimentos.

E aprender de outro modo…

O fato de não estar em uma universidade não quer dizer que não estava estudando e sim que havia buscado outro caminho. No meu caso, milhares de vezes mais barato e eficiente. Conciliando leitura de livros, palestras, vídeos, TEDS de empreendedores de sucesso com a prática. Os seja: aprender fazendo. Neste processo de estudo, prática e convívio com os maiores empreendedores do país, identifiquei 7 habilidades em comum, indispensáveis e que não haviam sido ensinadas no sistema de ensino de educação tradicional.

E escreveu um livro. Quais são essas ‘7 habilidades’ que ensina no seu livro?

Aprender a utilizar a mente; Aprender sobre empreendedorismo; Aprender a vender; Aprender sobre marketing e marca pessoal; Aprender a ser um líder; Aprender sobre educação financeira; Aprender a manter e cuidar da saúde e espiritualidade. São aprendizagens que não se ensinam na escola. Lá aprendemos tudo sobre planetas e Sistema Solar, mas ninguém nos ensina a conhecer-nos e a aprofundar a nossa forma de pensar. Com o desenvolvimento destas habilidades conseguimos sincronizar o nosso corpo, mente e espírito, numa atitude vencedora.

Porque é que o empreendedorismo é uma habilidade diferenciadora?

Empreendedorismo é a essência de todas elas, principalmente pelo atual momento económico que vivemos e as perspetivas futuras, acaba sendo cada vez mais indispensável. Sempre digo que acima de tudo, empreender é um comportamento, uma forma de ver o mundo, os seus problemas e consequentemente as oportunidades. São os empreendedores que resolvem os maiores problemas do mundo, geram os maiores empregos, retribuem a maioria dos impostos e consequentemente promovem a maior riqueza.

O mundo precisa cada vez mais de empreendedores, seja nas empresas, na política, em projetos sociais, mas acima de tudo, construindo novos negócios de impacto. Ao mesmo tempo que viemos de um período de crise, redução do número de empregos e cada vez mais veremos a substituição ou diminuição de empregos tradicionais pela própria tecnologia. O empreendedorismo é tanto uma oportunidade, como uma necessidade. A antiga garantia de emprego e estabilidade não existe mais. Empreender é o caminho mais seguro, ao contrário do que maioria ainda acredita.

Sente-se um empreendedor?

Fui treinado e me preparei para ser um empreendedor, justamente pelo caminho que escolhi e por ter iniciado muito cedo esse estilo de vida. Atualmente tenho empreendimentos nas áreas de educação, tecnologia, saúde, social e muito em breve em novas áreas. Mas não acredito que esse seja um dom, seria até injusto afirmar isso.

Todos podem ser empreendedores, mas nem todos estão dispostos a pagar o preço. E o preço é alto, só aprendemos fazendo, com os próprios erros, ou até mesmo com erros de outros. Mas é preciso muita persistência e o domínio de habilidades que não aprendemos na escola.

 

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Jornalista e formador. Sou um entusiasta das relações humanas e interesso-me particularmente por questões de liderança e problemáticas organizacionais.

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