O verdadeiro poder das empresas está no conhecimento. Saber como o desenvolver e utilizar é o segredo das empresas de sucesso.
Vivemos numa época caracterizada por mudanças socioeconómicas imprevisíveis e repentinas, em resultado de uma globalização marcada por estratégias competitivas, colaborativas e cooperativas. Este movimento global baseia-se em meios digitais, processos de inovação e diferenciação de novos produtos, serviços e processos. É neste contexto externo que as empresas têm de atuar e onde se espera que obtenham os melhores resultados para os seus stakeholders.
A informação – na forma como é trabalhada, como circula e é difundida – tem vindo a tornar-se cada vez mais um instrumento de gestão, constituindo um suporte para a decisão, execução e controlo das atividades fundamental para o sucesso das empresas.
Vicente Falconi no livro ‘O Verdeiro Poder’ demonstra que a capacidade analítica e o conhecimento (aliados a uma liderança que faça acontecer), constituem o verdadeiro Poder. O conhecimento, por si só, não cria valor, o valor é criado quando o conhecimento é utilizado na construção de planos de ação cuja execução é garantida pela liderança.
O conhecimento científico-prático que o pensamento de Vicente Falconi coloca em evidência deve ser suficiente para estimular os líderes das empresas a agirem, tendo-o em consideração. Porém, se isso não acontecer, essas empresas devem ter a capacidade de analisar os motivos das suas falhas para que os possam corrigir. Normalmente, a origem dos problemas tem as seguintes naturezas:
a) Não colocam as metas certas;
b) Não fazem bons Planos de Ação, seja porque desconhecem os métodos de análise, seja porque não têm acesso às informações necessárias (falta de conhecimento técnico);
c) Não executam os Planos de Ação até ao fim e a tempo;
d) Ocorrem circunstâncias fora de controlo.
De que forma pode o coaching ajudar a reforçar a capacidade analítica, conhecimento e liderança nas empresas?
O coaching, como processo de desenvolvimento pessoal e profissional, permite reforçar a capacidade analítica, conhecimento e liderança nas empresas, através do reforço do poder das mesmas, não se baseando apenas na informação, mas nos objetivos (metas), nos valores e na execução de planos de ação que resultam da interligação entre ambos.
Os benefícios do coaching a nível pessoal e empresarial foram definidos por vários autores, entre eles Andrea Lages e Joseph O´Connor, fundadores da International Coaching Community – ICC:
- O cliente torna-se mais produtivo e atinge, consistentemente, um desempenho mais elevado em tudo o que faz. Dessa forma ganha confiança e adquire clareza em relação às suas metas e valores, seguindo em frente na direção das suas metas e da vivência dos seus valores.
- Aprende mais e vence bloqueios para aprender melhor. Esclarece o que quer e o que pode dar nos seus relacionamentos. Torna-se mais flexível, os seus relacionamentos tornam-se melhores, e isso acaba por ter reflexos na sua qualidade de vida, tornando-a mais equilibrada;
- Recebe estímulo intelectual ao discutir ideias importantes, tornando-se mais criativo, abrindo a possibilidade de se transformar na pessoa que quer ser, tornando-se num modelo para os outros.
- O coaching propicia também o potencial para o avanço no seu trabalho, promovendo melhores perspetivas a longo prazo e evidenciando o compromisso da empresa em desenvolver os seus colaboradores e equipas. Ao investir a longo prazo em alto desempenho, o trabalho em equipa melhora.Desta forma, o coaching constitui a melhor relação custo-benefício para alocar recursos no local certo, às pessoas que precisam desta abordagem, mantendo os colaboradores-chave e evitando o custo de reincidências de cursos, ou a perda de conhecimento e de produtividade da organização para os concorrentes quando os colaboradores saem.
Como podemos observar, os contributos teóricos e práticos dos autores enunciados neste texto demonstram que sendo as empresas um mundo infinito de possibilidades, o coaching ajuda a iluminar essas possibilidades e a dar novos mundos aos seus mundos internos, nomeadamente ao nível do capital humano (pessoas e equipas).
O verdadeiro poder nas empresas está na forma como são geridos todos estes inputs e outputs. As empresas que mais tarde acederem a esse conhecimento e procrastinarem na sua aplicação prática correm o risco de falharem. Aquelas que já aplicam estas práticas vão reforçar o poder que já têm e continuar a superar as suas metas e resultados.
Como disse Vicente Falconi, gerir uma empresa, ou parte desta, é objetivar resultados cada vez melhores e mudar continuamente a empresa no sentido de provocar e acompanhar as mudanças da sociedade.
A mudança é o normal, a meta e o método são os instrumentos da mudança. Acredito que o coaching é um parceiro para a mudança neste processo evolutivo das empresas no estado presente e no estado desejado no futuro.