Oeste vai ser a primeira “Smart Region” em Portugal

Imagem de Wynn Pointaux por Pixabay

A Plataforma Smart Region será a primeira do género em Portugal e irá utilizar os big data e ciência dos dados, para alavancar a construção de uma região de turismo inteligente e sustentável. O projeto terá um investimento total de um milhão de euros e vai abranger os municípios de Alenquer, Alcobaça, Arruda dos Vinhos, Torres Vedras, Peniche, Nazaré, Caldas da Rainha, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço, Óbidos, Bombarral e Cadaval.

A Nova Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa, e a Comunidade Intermunicipal do Oeste (CIM Oeste) pretendem criar a primeira região de inteligência digital do país.  O ecossistema criado por esta parceria estratégica permite que a academia de excelência e a administração pública possam implementar modelos que ajudem o processo de tomada de decisão de políticas públicas e, simultaneamente, ajudem investidores e agentes económicos a desenvolver atividades económicas de efetivo valor acrescentado, baseado em dados factuais.

Para este fim, a NOVA IMS vai investir um milhão de euros para criar a primeira Plataforma Analítica Integrada de Inteligência Territorial Smart Region.  O projeto piloto arranca no território da Comunidade Intermunicipal do Oeste (CIM Oeste) e terá a duração de dois anos, período após o qual a plataforma Smart Region ficará disponível para ser replicada em todo o território nacional, incluindo Madeira e Açores. Trata-se de um projeto colaborativo de cocriação de uma solução inovadora capaz de potenciar a economia da região assente no conceito de Smart Cities aplicada ao turismo inteligente e sustentável.

O projeto terá um investimento total de 999.843 euros, cofinanciados em 57% (569.410 euros) pelo Fundo Social Europeu.  O potencial de retorno económico é calculado em 533.000 euros em 2021 e 2022, considerando a automatização de processos, cuja informação é atualmente recolhida de forma manual, poupanças com a deslocação aos municípios para esclarecimento de questões, redução da despesa com custos médios de comunicações móveis, entre outros.

Através da plataforma será possível compreender a interação das pessoas, que vivem, trabalham ou visitam o Oeste

Tirando partindo do potencial de criação de capacidades analíticas gerado pelas iniciativas Wi-Fi dos Centros Históricos do Turismo de Portugal e WiFi4EU da Comissão Europeia, este projeto tem como objetivo geral criar a primeira plataforma analítica integrada de inteligência territorial que, numa abordagem de big data e ciência dos dados, oferecerá capacidades de recolha, armazenamento, processamento e análise dos dados provenientes dos sistemas operacionais e das redes de sensores municipais integrados com os dados gerados pelas redes Wi-Fi públicas dos municípios abrangidos. Esta abordagem altera o paradigma de planeamento e gestão do turismo e hospitalidade à escala intermunicipal numa abordagem de Smart & Sustainable Tourism.

Através desta plataforma será possível compreender a interação das pessoas, que vivem, trabalham ou visitam o território da CIM Oeste, com base nos dados do registo e utilização dos pontos de acesso Wi-Fi, envolvendo as dimensões espaço e tempo na análise. Por exemplo, conhecer o número e características de pessoas em eventos e locais, distinguir entre visitantes novos e recorrentes, estabelecer horas de ponta, traçar padrões de deslocação, marcar pontos de interesse, etc.

Em paralelo, irá permitir disponibilizar uma aplicação que melhora a experiência de quem visita a comunidade intermunicipal tirando partido do cruzamento de dados provenientes dos sistemas operacionais municipais com os dados originários das redes de Wi-Fi visando disponibilizar informação dinâmica no espaço e no tempo e suportando ações de marketing de contexto, isto é, entregar informação personalizada em função do momento e local onde a pessoa se encontra.

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