Em 2020 o tráfego dos principais portais imobiliários cresceu 22,8%, face ao ano anterior e o crédito concedido à habitação teve um crescimento superior a 6%. A adesão dos portugueses às plataformas online em 2020, tornou-se, assim, o principal canal de descoberta de imóveis disponíveis no mercado e o indutor do contacto com profissionais para posterior transação imobiliária.
Segundo um estudo da consultora imobiliária Imovendo o mercado online é a principal força motriz do setor imobiliário em Portugal, e deverá ser o seu principal veículo de sustentabilidade para 2021, segundo o relatório mensal de janeiro da consultora, que aponta para um ano de consolidação digital da atividade.
Apesar da profunda crise económica, devido à pandemia, 2020 evidenciou dinamismo no que concerne aos novos créditos à habitação concedidos, tendo-se registado um crescimento de mais de 6% nos primeiros 10 meses do ano (face a igual período de 2019) e, desta forma, assegurando, mesmo durante o primeiro confinamento, um fluxo mensal de novos financiamentos sempre superior a €830M.
“Este novo ano deverá, ainda, manter o comportamento expansionista das entidades financeiras, sobretudo a partir do segundo trimestre, altura para a qual será expectável assistir aos primeiros passos de uma recuperação económica, em que, também se assistirá a um maior fluxo de imóveis e transações no mercado, devido ao fim das moratórias concedidas pelos bancos”, assegura Manuel Braga, CEO da imovendo.
O estudo da consultora indica ainda duas outras tendências que marcaram 2020 e que continuarão a ser observáveis em 2021, nomeadamente a perda de capacidade de rejuvenescimento do Alojamento Local, tendo-se assistido, em 2020, a uma queda de novos registos de 53,9% face a 2019, e de 73,9%, se comparado com 2018; e um reajustamento na procura residencial, no sentido de garantir mais espaço útil, a par da existência de espaços exteriores (logradouros, terraços ou amplas varandas), que resultam do facto de uma casa hoje ser bem mais do que apenas um dormitório.
Apesar do crescente interesse dos consumidores pelo mercado online, com um crescimento de 22,8% no tráfego dos principais portais imobiliários do país, as páginas de internet das principais redes imobiliárias registaram uma queda de tráfego de mais de 4%, o que demonstra, não apenas que estas tiveram mais dificuldade em adaptar os seus modelos de negócio tradicionais a uma nova realidade mais digital e menos presencial, como a maioria delas não adotou o primado tecnológico como fator alavancador de negócios.