Os portugueses são pessoas românticas

Natália Silva e Rui Sousa lançaram o Felizes.pt, um espaço de encontros para conhecer pessoas e fazer novos amigos. ‘Na verdade’ – explica Natália Silva – ‘não gostamos do rótulo de site de encontros, dado que, em Portugal, às vezes carrega uma conotação negativa’. O objetivo é ‘promover o comportamento romântico e cavalheiresco’ adianta Rui Sousa.

O projeto surgiu para suprir o que consideravam ser uma lacuna no panorama de relacionamentos online em Portugal, onde o mercado é largamente dominado por empresas internacionais que ‘não estão adaptadas à realidade portuguesa’. Uma das diferenças mais significativas, destaca Rui Sousa ‘é que os portugueses são mais convencionais e românticos do que se esperava!’

Com efeito, um dos fatores que consideram diferenciador face à concorrência é ser um site de encontros desenvolvido por portugueses e direcionado para o mercado nacional. ‘Há imensos sites, mas o público-alvo é diferente, e interpretam o consumidor de maneira diferente’ sublinha Natália Silva.

Foi a necessidade de encontrar algo diferente que levou Natália a construir o Felizes. ‘A ideia surgiu após uma fase da minha vida em que, devido à minha agenda profissional, pouco tempo sobrava para socializar. Inscrevi-me então em sites de encontros e deparei-me com um mundo online pouco sensível e de grande dificuldade para conseguir construir relacionamentos, fosse de amizade ou amorosos. Um mundo online pouco tentador para as mulheres’.

Cativar o público feminino é portanto a prioridade. ‘Os nossos membros são pessoas reais e genuinamente interessadas em fazer novos amigos. Trata-se de uma comunidade de pessoas acessíveis, em que algumas estão à procura de um grande amor e outras apenas de uma amizade para conversar em noites mais solitárias’, sublinham.

‘O nosso público-alvo são portugueses com mais de 30 anos, já com alguma estabilidade e maturidade emocional, que prezam mais as semelhanças de personalidade do que o aspeto físico, e que preferem conversar a folhear fotos de desconhecidos’. Ao contrário dos outros sites, no Felizes não há fotos pornográficas ou conversas impróprias, ‘os nossos membros usam a plataforma de forma extensiva para conversar entre eles, e, conhecerem-se uns aos outros. Quando existe uma ligação, é natural que isso evolua para que as pessoas se encontrem no mundo real. Contudo, no Felizes, a chave é que as pessoas conversam e se houver ligação, encontram-se, ao invés de se encontrarem para se conhecerem’, diz Natália Silva.

A ideia passou para desenvolvimento em 2013 e a primeira versão do site foi lançada em Dezembro 2014. Hoje já conta com 20.000 utilizadores ativos, ‘tendo a maior parte chegado até nós através de apenas ‘word of mouth’. Estamos agora a dar os primeiros passos para nos apresentarmos aos portugueses que ainda não ouviram falar de nós’, destaca Rui Sousa.

A equipa é constituída por três elementos. Além dos fundadores Rui Sousa, especializado na gestão do site, e Natália Silva, responsável pelo marketing, há ainda a Marta que gere o apoio ao cliente. O Rui e a Natália já se conheciam da faculdade. ‘Decidimos embarcar juntos neste projeto pois ambos acreditamos no conceito do Felizes e eu sabia que o Rui ia conseguir construir uma plataforma com os níveis de qualidade que pretendíamos oferecer aos nossos membros’, adianta Natália Silva.

Mas o arranque do projeto não foi fácil, sublinha Rui Sousa, ‘às vezes as pessoas julgam que ter um negócio online é mais fácil, e tem menos entraves, do que abrir uma loja na rua. Talvez já tenha sido assim, mas hoje em dia não é. Ter um negócio online significa estar ‘on-call‘ a qualquer hora para resolver problemas que possam surgir, como por exemplo a estabilidade da plataforma. Significa que temos de nos preocupar com coisas como SEO, interação nas redes sociais, gestão de publicidade, user engagement, etc. Não é só ter a loja aberta e focarmo-nos no negócio’.

Essas dificuldades fizeram, no entanto, parte do processo de aprendizagem. ‘Uma boa dose dessa aprendizagem foi-nos proporcionada pelos próprios utilizadores do site. Temos o conceito de produto aberto, por isso estamos num processo contínuo de desenvolvimento com espaço para fazer evoluir o produto numa direção que ainda não conhecemos, e que são os utilizadores do Felizes que nos ajudam a preencher esse espaço’, diz Rui Sousa. ‘O nosso melhor conselho para os outros empreendedores é: ouçam o mercado e façam testes A/B em todo o lado’. Já a concorrência não mete medo, ‘há sempre espaço quando se faz algo melhor do que os outros. Isso só por si é inovação. É nesse princípio que operamos’.

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