Pandemia estagnou as carreiras e afetou a vida dos profissionais

A pandemia da COVID-19 deixou os profissionais isolados e desvinculados das suas próprias vidas

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Segundo um estudo global, 75% das pessoas sentem-se “estagnadas” pessoal e profissionalmente e 88% dos inquiridos afirmam que o seu conceito de sucesso mudou desde o início da pandemia. A grande maioria acredita que a Inteligência Artificial pode ajudar a melhorar a sua vida profissional melhor do que os humanos.

A maioria dos trabalhadores de todo o mundo espera que a Inteligência Artificial os ajude a desenvolverem-se profissionalmente. Segundo um estudo da Oracle, que inquiriu mais de 14.600 funcionários, gestores, diretores de recursos humanos e executivos de alto nível em 13 países, a pandemia da COVID-19 deixou os profissionais isolados e desvinculados das suas próprias vidas. As pessoas agora esperam que a Inteligência Artificial as ajude a retomar o controlo do seu futuro.

“A pandemia mudou a forma como trabalhamos, onde trabalhamos e, de acordo com muitas pessoas, para quem trabalhamos. Embora tenha havido muitas dificuldades tanto para os funcionários como para as empresas, foi uma oportunidade para melhorar o lugar de trabalho”, explica Dan Schawbel, sócio-gerente da Workplace Intelligence.

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Isolados, desligados e fora de controlo

Após os sucessivos confinamentos e a incerteza resultante da pandemia, muitos funcionários estão a sofrer de instabilidade emocional e sentem que perderam o controlo das suas vidas e das suas carreiras. 80% das pessoas dizem ter sido afetadas negativamente durante o último ano; muitas tiveram problemas económicos (29%), problemas de saúde mental (28%), falta de motivação profissional (25%) e sentiram-se desvinculadas das suas próprias vidas (23%).

O Estudo da Oracle e da Workplace Intelligence, uma empresa de investigação e consultoria em recursos humanos revelou ainda que 62% dos inquiridos consideram que 2021 foi o ano mais stressante no trabalho, com mais de metade (52%) a dizer que teve mais problemas de saúde mental no trabalho em 2021, que em 2020.

O número de pessoas que acreditam ter pouco ou nenhum controlo sobre as suas vidas profissionais e pessoais duplicou desde o início da pandemia. Reconhecem ter “perdido o controlo do seu futuro” (43%), das suas vidas pessoais (46%), das suas carreiras (41%) e das suas relações (39%).

76% sentem que estagnaram nas sua vida pessoal e têm ansiedade em relação ao futuro (31%), sublinhando a sensação de estarem “presos à rotina” (27%) e “mais sós que nunca” (26%).

“O último ano foi um ponto de viragem para o futuro do trabalho. Surpreendentemente, no meio do stress, ansiedade e solidão provocados pela pandemia global, os funcionários encontraram a sua voz, fortaleceram-se e agora defendem o que querem”, afirma Alén Fernández, diretor de negócios da Oracle Cloud HCM.

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Disponíveis para a mudança, mas receosos dos desafios

Apesar das dificuldades do último ano, as pessoas inquiridas no estudo, em todo o mundo, estão ansiosas por fazer mudanças nas suas vidas profissionais. 93% afirmam ter refletido, durante 2021, sobre as suas vidas, enquanto 88% afirmaram que o seu conceito de sucesso mudou desde a pandemia, sendo agora as suas principais prioridades o “equilíbrio entre a vida profissional e pessoal” (42%) e a “saúde mental” (37%).

75% das pessoas acreditam que “estagnaram profissionalmente”, devido à falta de oportunidades de crescimento para progredir nas suas carreiras profissionais (25%) e sentem-se demasiado sobrecarregadas para fazer mudanças (22%).

70% afirmam que o facto de terem sentido que as suas carreiras profissionais estagnaram teve um impacto negativo na sua vida pessoal, além de lhes causar mais stress e ansiedade (40%), fazendo com que se sentissem presos pessoalmente (29%) e desconectados das suas vidas (27%).

83% estão dispostos a fazer mudanças, mas também admitem ter de enfrentar grandes dificuldades (76%). Entre estas incluem-se a instabilidade económica (22%); não saber qual a mudança de carreira adequada (20%); a falta de segurança para fazer uma mudança (20%); e a falta de oportunidades de crescimento nas suas empresas (20%).

Olhando para 2022, o desenvolvimento profissional é uma prioridade e são muitas as pessoas que estão dispostas a renunciar a direitos essenciais como os dias de férias (52%), bónus financeiros (51%) e até uma parte dos seus salários (43%) para obterem mais oportunidades profissionais.

No entanto, 85% dos funcionários em todo o mundo estão insatisfeitos com o apoio que recebem da sua empresa. Esperam que as organizações proporcionem mais formação e desenvolvimento de competências (34%), salários mais elevados (31%) e oportunidades para assumir novas responsabilidades dentro da sua empresa (30%).

“A natureza mutável do lugar de trabalho transformou a conceção de sucesso e restabeleceu as expectativas das pessoas sobre como as organizações podem melhor apoiá-las. Para atrair e reter talentos, as empresas devem dar maior prioridade a ajudar os seus funcionários a identificar e desenvolver novas competências, e fornecer-lhes planos de carreira personalizados para que possam recuperar o controlo das suas carreiras”, sublinha Alén Fernández.

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Tecnologia ajuda a adquirir novas competências

Para reter e desenvolver os melhores talentos em plena mudança de dinâmica do lugar de trabalho, as empresas devem prestar mais atenção às necessidades dos funcionários e aproveitar a tecnologia para apoiá-los.

85% das pessoas estão disponíveis para recorrer à tecnologia para as ajudar a definir o seu futuro profissional, identificando as competências que devem desenvolver (36%), recomendando formas de adquirir novas competências (36%) e fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para alcançarem os seus objetivos profissionais (32%).

75% dos inquiridos afirmam que fariam mudanças nas suas vidas profissionais com base nas recomendações de uma inteligência artificial. 82% das pessoas acreditam que a IA pode apoiar as suas carreiras melhor do que os humanos, fornecendo recomendações imparciais (37%), respondendo rapidamente a perguntas sobre a sua carreira (33%) ou encontrando novos trabalhos que se ajustem às suas competências atuais (32%).

Ainda assim, as pessoas acreditam que os humanos continuam a desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de uma carreira profissional e consideram que são melhores a oferecer ajuda através de conselhos baseados na experiência pessoal (46%), identificando pontos fortes e fracos (44%) e investigando além do currículo para recomendar cargos que se adaptem à personalidade de cada um (41%).

87% dos profissionais acreditam que a sua empresa deveria esforçar-se mais por saber quais são as suas necessidades e 55% preferem ficar numa empresa que possua tecnologias avançadas como a inteligência artificial para apoiar o crescimento profissional.

“Os resultados mostram claramente que o investimento em competências e no desenvolvimento de carreiras profissionais é agora um fator diferenciador fundamental para as empresas, uma vez que desempenha um papel importante para que os funcionários se sintam no controlo da sua vida pessoal e profissional. As empresas que investem nos seus funcionários e os ajudam a encontrar oportunidades colherão os benefícios de uma força de trabalho produtiva e empenhada”, conclui Dan Schawbel.

Os resultados do estudo baseiam-se num inquérito realizado pela Savanta, junto de 14.639 executivos de alto nível, diretores de recursos humanos e funcionários a tempo inteiro, em 13 países.

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