A cotação do petróleo tem enfrentado forte volatilidade devido ao aumento inesperado dos stocks nos EUA e ao impacto das tensões geopolíticas globais. O preço do West Texas Intermediate (WTI) está a ser negociado em torno dos 67 dólares por barril enquanto o Brent toca os 71 dolares, refletindo forças opostas que mantêm os investidores em alerta.
De acordo com o relatório semanal da Administração de Informação sobre Energia (EIA), os stocks de petróleo bruto nos Estados Unidos registaram um aumento de 1,7 milhões de barris, contrariando as expectativas do mercado e exercendo pressão descendente sobre os preços. Segundo Quásar Elizundia, Estrategista de Pesquisa Especializada na Pepperstone, este crescimento sugere um enfraquecimento da procura interna, alimentando receios de uma eventual desaceleração económica.
No entanto, a queda dos stocks de produtos refinados pode atenuar esta pressão. Os níveis de gasolina e destilados diminuíram 0,5 e 2,8 milhões de barris, respetivamente, sinalizando um mercado mais apertado e um possível suporte aos preços no curto prazo. Paralelamente, as importações de petróleo dos EUA caíram 11% em relação ao ano anterior, uma tendência que poderá influenciar a dinâmica da oferta.
Além disso, a incerteza em torno das decisões comerciais sob a administração Trump tem adicionado mais imprevisibilidade ao mercado. A Reserva Federal norte-americana confirmou essa incerteza mantendo as taxas de juro, ao mesmo tempo que alerta para um cenário em que a inflação volte a subir.
A nível geopolítico, os mercados estão atentos às tensões no Médio Oriente e na Europa de Leste. O agravamento dos conflitos regionais ameaça perturbar as cadeias de abastecimento, impulsionando o preço do petróleo. Na Rússia, Vladimir Putin recusou um cessar-fogo total na Ucrânia, mas aceitou uma proposta para suspender temporariamente os ataques à infraestrutura energética, o que pode influenciar positivamente a oferta global.