Apesar de uma tendência positiva, registada desde janeiro 2020, Portugal apresenta-se ainda como o país que detém o maior atraso no pagamento de faturas face aos restantes países da Europa. A Faturação Eletrónica, obrigatória desde este ano, poderá ajudar a reduzir este atraso.
De acordo com o relatório da Informa D&B, o ranking dos países com maior atraso nos pagamentos por parte das empresas, apresenta Portugal com o pior valor da Europa, registando uma média de 26,64 dias de atraso para pagamento. Ainda assim, Portugal tem vindo a diminuir este prazo, já que no início de 2020 se situava com 28,04 dias de média de pagamento.
Apesar de uma redução de 1,4 dias desde janeiro 2020, Portugal tem um atraso de 12,23 dias acima da média europeia, que se situa nos 14,41. Este é considerado o primeiro decréscimo entre os nove países analisados – Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal e Reino Unido – desde o primeiro trimestre de 2021, quando se começavam a sentir os efeitos da pandemia. Porém, trata-se do terceiro trimestre consecutivo em que os países superam os 14 dias em atrasos, algo que não acontecia desde 2016.
As principais razões para este atraso são, segundo a Seres, empresa especialista em serviços de intercâmbio eletrónico seguro de documentos, a fatura não chegar ao destino; a existência de discrepâncias ou erros na fatura e, por fim, o incumprimento atempado do pagamento por parte da empresa que tem de pagar. As duas primeiras condições são responsáveis por cerca de 50% dos atrasos.
Para colmatar esta problemática, a faturação eletrónica apresenta-se como um fator-chave. Obrigatória desde janeiro deste ano para as grandes empresas e desde julho para as PME’s, permite o fim definitivo das faturas em papel, impulsionando o encurtamento dos prazos de pagamento.
“A faturação eletrónica, através da automatização e digitalização de processos, é fundamental para contribuir a redução dos prazos de pagamento, pois torna todo o processo mais ágil, mais rápido e com menos possibilidade de enganos ou extravios. A simplificação de processos gera, obviamente, uma maior autonomia em todo o sistema de pagamentos”, refere Alberto Redondo, CMO da Seres Iberia.
Para além de permitir encurtar os prazos de pagamentos, são múltiplas também as vantagens da e-fatura em termos de sustentabilidade e eficiência, redução de custos e eliminação de todos os processos mecânicos relacionados com o uso do papel. “A transição da faturação manual para a faturação eletrónica deverá ser uma prioridade paras as empresas portuguesas, pois é uma rampa de lançamento para que Portugal comece a diminuir o prazo de pagamentos e deixe de estar no último lugar deste ranking a nível europeu”, conclui Alberto Redondo.