Portugal subiu três posições no ranking de Competitividade Digital do IMD World Competitiveness Center, entre as 64 economias analisadas, recuperando a posição alcançada em 2019. Ainda assim a posição portuguesa fica longe do topo da tabela, colocando-se na 34.ª posição.
De acordo com o ranking de Competitividade Digital do IMD World Competitiveness Center, divulgado hoje, Portugal ocupa a 34ª posição, subindo três posições face ao ano anterior (37ª), recuperando assim o lugar alcançado em 2019 e revertendo a tendência decrescente dos últimos cinco anos.
O ranking mundial dos países mais competitivos no digital, é liderado pelos Estados Unidos, enquanto Hong Kong (2º) e Suécia (3º) ascendem aos restantes lugares do pódio. O top 5 completa-se com a Dinamarca (4º) e Singapura (5º).
O IMD Digital Competitiveness Ranking avalia anualmente 64 economias por todo o mundo a partir de três critérios: Conhecimento, que captura a infraestrutura intangível necessária para as dimensões de aprendizagem e descoberta da tecnologia; Tecnologia, que quantifica o cenário de desenvolvimento de tecnologias digitais; e Preparação para o Futuro, que examina o nível de preparação de uma economia para assumir a sua transformação digital.
Em todos estes indicadores Portugal demonstrou estar mais competitivo, sendo que a subida mais significativa registou-se no indicador de Preparação para o Futuro (da 41ª para a 38ª posição), pelo facto do país ter evoluído em relação à sua atitude de adaptação e à maior integração de IT. No entanto, há ainda uma lacuna na utilização de ferramentas digitais, como a big data e analytics que está a atrasar a evolução a nível nacional e que faz com que o país não tenha maior agilidade empresarial.
No indicador de Conhecimento, Portugal consegue a sua melhor posição no ranking, registando-se ainda a subida de uma posição (da 33ª para 32ª), justificada pelo talento e pela concentração científica existente no país, sendo as competências digitais e tecnológicas da população e a vasta formação na área das ciências dois dos seus pontos mais fortes. Já no indicador de Tecnologia, Portugal manteve o seu lugar (38), sobretudo devido ao seu enquadramento tecnológico e regulamentar que o faz pontuar pior, com destaque, por exemplo, para o número reduzido de subscritores de banda larga móvel e a qualidade de redes wireless.
O ranking é elaborado pelo IMD, uma instituição académica com sede em Lausanne, na Suíça e operando também em Singapura. Os dados em Portugal foram recolhidos pela Porto Business School.
precisamos de conseguir reter o nosso talento para sermos mais empreendedores
“Portugal está a recuperar o fôlego, mas há ainda um longo caminho a percorrer. Para conseguirmos acompanhar o ritmo mundial, precisamos de acelerar o investimento na geração e transposição de conhecimento nas áreas digitais para as empresas e de investir claramente em novas infraestruturas e ferramentas digitais, como a big data e e analytics, essenciais para tomarmos melhores decisões. Do mesmo modo, precisamos de conseguir reter o nosso talento e expertise para sermos ainda mais empreendedores, ágeis e adaptativos”, Destaca Rui Coutinho, Diretor Executivo de Desenvolvimento e Inovação da Porto Business School.
E acrescenta: “Continuamos a investir no digital, mas o futuro urge por transformação e é aqui que temos de ser assertivos. Num contexto como o de hoje, a transformação não é a exceção, mas sim a regra.”
Portugal ainda longe das grandes potências digitais
Olhando para os últimos cinco anos, foi em 2018 que Portugal estava mais sólido nas competências digitais, tendo chegado a alcançar a 32ª posição, perto de entrar para o top 30 mundial. No entanto, a boa classificação alcançada não se repetiu em 2019, com a queda de duas posições e uma pontuação pior do que 2017. Um cenário igualmente negativo fez-se também sentir no ano marcado pela emergência da pandemia, onde o país voltou a ficar para trás, caindo para o 37º lugar.
Em 2021, Portugal volta a aproximar-se dos resultados de 2019, mas ainda longe de outros países do norte da Europa, como a Suécia (3ª) – que este ano regressou ao top 3 – ou a Dinamarca, em quarto lugar.
De acordo com o Centro de Competitividade do IMD, o terceiro lugar dos suecos no ranking foi alcançado em grande parte pela forte economia de conhecimento e desenvolvimento de talento do país e pela perceção empresarial global de que o país acolhe facilmente competências digitais e tecnológicas.
A ocupar o lugar cimeiro do ranking pelo quinto ano consecutivo estão os EUA, cujo sucesso continua a ser justificado pelas atitudes de consumo altamente reativas, a prevalência doméstica da tecnologia e a confiança das empresas no capital de risco acessível. Igual sucesso é igualmente partilhado por Hong Kong (SAR), que passou da 5ª para a 3ª posição, trocando de lugar com a Singapura.
Hong Kong destaca-se pela liderança em licenciados em ciências e também pela liderança da exportação de bens de alta tecnologia, em proporção com todas as suas exportações de produtos manufaturados. O país lidera também as perceções empresariais, convertendo-se no “anfitrião” de empresas capazes de responder rapidamente a ameaças e oportunidades.
De destacar ainda o forte crescimento dos países da Ásia Oriental face à América do Norte e à Europa Ocidental, sobretudo devido ao investimento em educação científica, investigação, robótica e exportações de alta tecnologia.