O crédito ao consumo tem sido um elemento significativo na economia portuguesa ao longo da última década, conforme revelado por uma análise realizada pelo Portal do Crédito.
Durante o período de 2013 a 2023, os dados fornecidos pelo Banco de Portugal e analisados pelo Portal do Crédito indicam que foram contratados mais de 15,7 milhões de créditos ao consumo. Mais de metade desses contratos diz respeito a cartões e linhas de crédito, totalizando mais de 800 mil contratos anualmente.
Em termos monetários, isso representa um montante total superior a 68,2 mil milhões de euros ao longo da última década. Comparando-se os dados de 2013 com os de 2023, observa-se um crescimento impressionante de 106,75% no montante solicitado.
Apesar de os cartões, linhas de crédito e descoberto representarem quase metade dos contratos, é o crédito pessoal que abrange a maior fatia do valor contratado, totalizando cerca de 30,36 mil milhões de euros ao longo de 10 anos.
No entanto, é importante notar que houve uma exceção nos anos de 2020 e 2021 devido à pandemia, durante os quais se registou um maior índice de poupança entre os portugueses.
Relativamente às taxas de juro, é interessante observar que, embora atualmente estejam em destaque as subidas nas taxas de juro nos créditos à habitação e ao consumo, os valores praticados atualmente são inferiores aos registados há 10 anos. Por exemplo, a taxa de juro máxima para um cartão de crédito atualmente é de 19%, enquanto, em 2013, atingiu os 37,3%.
Quanto aos contratos de cartões e linhas de crédito, apesar de representarem mais da metade dos créditos contratados, mantiveram uma certa estabilidade nos últimos 10 anos, com uma média mensal de 69 mil novos contratos. No entanto, o valor total contratado neste tipo de crédito representou apenas 17,4% do total contratado em crédito ao consumo, mostrando um crescimento mais significativo em outras áreas, como crédito pessoal e crédito automóvel.