Um inquérito realizado pela Imovendo a 1280 proprietários ou compradores ativos de imóveis revelou que cerca de 42% dos portugueses não possuem depósitos e quase 54% não conseguem poupar dinheiro ao final do mês. Os dados destacam ainda que 64% dos inquiridos não possuem a capacidade de comprar casa ou recuperar a que possuem, com 14,8% destes revelando que conseguiriam comprar casa, mas não o fazem devido ao receio da conjuntura económica e financeira do país e à instabilidade do mercado imobiliário.
O cofundador da Imovendo, Miguel Mascarenhas, expressou preocupação com os desafios financeiros que muitos compradores enfrentam atualmente e destacou a importância de soluções inovadoras e acessíveis que contribuam para ajudar mais pessoas a alcançarem o sonho da casa própria.
“Os dados do inquérito são uma clara indicação dos desafios financeiros que muitos compradores enfrentam atualmente. É alarmante observar que 64% dos inquiridos não possuem a capacidade de comprar uma casa. É uma área que nos preocupa e o setor tem de estar empenhado em fornecer soluções inovadoras e acessíveis, como temos tentado fazer, a fim de ajudar mais pessoas a alcançarem o sonho da casa própria”, frisou Miguel Mascarenhas.
Poupança é uma questão crítica para muitos portugueses, com cerca de 53,9% dos participantes do inquérito a afirmar que não conseguem poupar. No entanto, uma parte considerável (16,4%) mostrou-se mais otimista, acreditando que conseguem poupar mais do que a média portuguesa.
Quanto à taxa de investimento em habitação, os resultados mostram uma variedade de perspetivas. Além dos 64% que não têm capacidade para comprar casa, 20,3% dos participantes afirmaram ter a capacidade para comprar uma casa, mas não têm interesse nesse momento.
O aumento do preço das casas afeta a maioria dos participantes do inquérito, com três em cada quatro a afirmar serem afetados por essa tendência, enquanto apenas 10,2% declararam-se beneficiados. Além disso, 12,5% revelaram que o aumento dos preços das casas os motiva a vender a sua propriedade.
No que se refere a opções de investimento, os resultados revelaram diferentes opiniões. Apenas 7% dos inquiridos consideram mais vantajoso ter dinheiro no banco, enquanto 29,7% acreditam que investir em imobiliário é a melhor opção. Quanto aos depósitos, 20,3% dos participantes têm depósitos a prazo, mas não têm certeza se essa é a melhor escolha, enquanto 42,2% não têm depósitos e apenas 0,8% mencionaram possuir Certificados de Aforro.
As taxas de juro no crédito à habitação também são motivo de preocupação para muitos inquiridos. Cerca de 23,4% sentem-se impedidos de comprar casa devido ao aumento das taxas de juro, enquanto 54,7% expressam preocupação com o seu impacto no orçamento familiar. Apenas 15,6% afirmaram que o aumento das taxas de juro não os afeta.
O inquérito revela um panorama financeiro desafiador para os portugueses, com muitos a enfrentar dificuldades na poupança e na compra de casa. A análise dos resultados destaca a importância de abordagens inovadoras e acessíveis para ajudar a população a enfrentar esses desafios e alcançar metas financeiras.