O barómetro da Cegoc, destaca que 94% dos colaboradores em Portugal estão abertos a uma mudança total de carreira se perceberem vantagens nessa decisão. O estudo realizado pelo grupo internacional Cegos, analisou as tendências em nove países, incluindo Portugal, abordando as preocupações dos colaboradores em relação às transformações impulsionadas pela tecnologia e inteligência artificial.
A aceleração tecnológica preocupa 74% dos colaboradores no conjunto dos países analisados, sendo que, em Portugal, esse valor sobe para 75% o número de trabalhadores que antecipam alterações nas suas funções de trabalho. Em Portugal, 32% dos colaboradores manifestam receios sobre a possível perda de emprego, uma percentagem mais elevada do que nos restantes países europeus do estudo.
Os gestores de Recursos Humanos (RH), no entanto, subestimam o risco de obsolescência de competências, considerando apenas 18% dos empregos em risco nos próximos três anos. Uma tendência oposta à perceção dos colaboradores.
O desenvolvimento de competências é identificado como resposta fundamental aos desafios da transformação. As competências digitais lideram as prioridades dos gestores de RH (61%), seguidas pela gestão, organização e comunicação (45%). Em Portugal, a adaptabilidade, disponibilidade e motivação (37%) ocupam a terceira posição em prioridades.
Quanto à procura de sentido no trabalho, 85% dos colaboradores internacionais, incluindo 94% em Portugal, consideram uma mudança de carreira se isso trouxer um maior significado. Este impulso resulta em 82% dos gestores de RH a implementar ou a planear programas de transição de carreira.
No domínio dos desafios da formação, 41% dos gestores de RH enfrentam dificuldades em corresponder às necessidades de competências da organização com a oferta de formação. Além disso, 44% dos colaboradores sentem que as respostas às suas necessidades de formação chegam demasiado tarde.
Quanto ao futuro da formação, a aprendizagem adaptativa (46%) e o e-coaching (45%) destacam-se como os principais métodos adotados ou planeados pelos gestores de RH internacionalmente. A implementação da inteligência artificial (IA) ainda é incipiente, com apenas 12% dos colaboradores e 11% dos gestores de RH a afirmarem utilizá-la regularmente.
O estudo sublinha a necessidade de adaptação contínua, foco nas competências digitais e a importância da formação “just-in-time” para enfrentar os desafios presentes e futuros no ambiente de trabalho em constante transformação.