Portugueses Poupam Pouco e Optam por Investimentos Conservadores

Como poupar dinheiro
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Um estudo recente da Boston Consulting Group (BCG) revela que dois terços (66%) dos portugueses poupam menos de 10% do seu salário líquido, sendo que quatro em cada dez não conseguem reservar nem 5% do rendimento após dedução de impostos. Este cenário reflete uma diminuição do rendimento disponível das famílias portuguesas desde 2020, atualmente nos 7,5%, 6,7 pontos percentuais abaixo da média da Zona Euro.

As causas principais desta perda de poder de compra incluem a inflação, a subida das taxas de juro e a não correspondência dos salários. O estudo também destaca que 64% dos portugueses destinam as suas poupanças para cobrir imprevistos, 36% para a reforma e 30% para viagens. A compra de casa é uma intenção de investimento para 20% dos inquiridos, seguida pela aquisição de um carro (11%) e gastos em outros bens de consumo (10%).

Em termos de despesas, as necessidades básicas como alimentação, veículo pessoal e renda da habitação ganharam peso, enquanto categorias como entretenimento, viagens e moda sofreram reduções acentuadas.

Tiago Kullberg, Managing Director e Partner na BCG Lisboa, destaca a necessidade das empresas diferenciarem as suas ofertas, otimizarem estratégias de preço e descontos, reforçarem a presença online e inovarem na promoção e distribuição para se adaptarem ao novo cenário de gastos dos consumidores.

“Os portugueses estão com a carteira mais apertada e, por isso, procuram cada vez mais aproveitar campanhas promocionais e estão a gastar mais online onde é mais fácil comparar preço”, afirma. “Neste contexto, as empresas devem diferenciar a sua oferta, mesmo em categorias essenciais, otimizar a sua estratégia de preço e descontos, reforçar a sua presença online e inovar na promoção e distribuição”.

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Perfil de Investimento Conservador dos Portugueses

O estudo mostra que os portugueses têm um perfil de investimento conservador, preferindo ativos de baixo risco como Depósitos à Ordem e Depósitos a Prazo. Tiago Kullberg sublinha a importância da literacia financeira em Portugal, incentivando uma maior diversificação dos investimentos para obter melhores retornos.

Os jovens adultos (18-34 anos) são os que mais recorrem a Depósitos à Ordem (39%) e Depósitos a Prazo (33%), enquanto dois em cada dez investem em Ações e Obrigações. Em contraste, os Fundos de Pensões (6%) e Ativos Não Financeiros (3%) são menos atrativos.

No grupo etário dos 35 aos 64 anos, quatro em cada dez investem em Depósitos à Ordem, 36% em Depósitos a Prazo, e 12% em Ações e Obrigações. Já os portugueses com mais de 65 anos preferem investir em Depósitos a Prazo (45%) e Depósitos à Ordem (36%).

“Vemos que em outros países europeus, como Espanha ou Itália, as poupanças estão menos concentradas em depósitos e há um maior peso de seguros financeiros, fundos e ações”, assinala Tiago Kullberg. “Estes resultados demonstram que ainda há um caminho a fazer em termos de literacia financeira em Portugal, dando às pessoas mais conhecimento e conforto para diversificar o mix de investimentos”.

O estudo foi baseado num inquérito a 1.000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 15 e 25 de setembro de 2023, com 33 perguntas relacionadas com os hábitos de consumo e investimento dos portugueses este ano.

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