Um inquérito recente da Imovendo, realizado entre os dias 26 e 29 de dezembro, com 14.749 participantes, revela que 45,8% dos portugueses antecipam estagnação, enquanto 40,7% preveem uma diminuição nas vendas de casas em 2024, em comparação com o ano anterior. Investidores/compradores, proprietários e consultores imobiliários contribuíram para o estudo.
No que diz respeito às taxas de juro, 67,8% dos inquiridos acreditam numa diminuição, embora persistam consideradas demasiado elevadas por esta maioria. Contrariamente, 15,3% não confiam numa possível redução. O interesse contínuo por imóveis residenciais urbanos e suburbanos é evidente, mas 15,3% dos participantes preveem um aumento do interesse em casas rurais em 2024.
A análise do inquérito destaca que 56,1% dos participantes admitiram que as expectativas para a compra e venda de casa no início de 2023 não foram cumpridas. O preço foi apontado por 50% como fator determinante, 31,3% mencionaram a localização e 12,5% citaram a condição dos imóveis.
Quanto aos impactos no mercado imobiliário, metade dos inquiridos responsabilizam a crise económica, 27,6% apontam para as taxas de juro, 6,9% mencionam a guerra na Europa e 3,4% culpam a queda do governo.
O Programa Mais Habitação, em vigor desde 2023, recebe uma avaliação desfavorável, com apenas 10,3% dos inquiridos considerando-o positivo para o mercado imobiliário.
Alguns participantes expressaram insatisfação com a incerteza nas políticas habitacionais, considerando-as prejudiciais para os investidores nacionais. Outras críticas incluíram os preços elevados, a falta de ações efetivas do governo e a instabilidade causada pelo Programa Mais Habitação.
As opiniões dos inquiridos sobre o desempenho futuro do mercado imobiliário em 2024 destacam a dependência do novo governo resultante das próximas eleições, enquanto outros preveem uma ligeira diminuição das vendas de casas devido às taxas de juro elevadas.
Relativamente à procura, as opiniões divergem, com uma parte a acreditar que esta continuará a superar a oferta, enquanto outros antecipam uma possível estagnação, em resultado das taxas de juro.