Programa SHIFTo4.0 revela baixa maturidade digital das empresas portuguesas

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

O SHIFTo4.0 é uma ferramenta de autodiagnóstico de maturidade i4.0, desenvolvida em Portugal. A ferramenta foi testada num conjunto de empresas e revelou um nível de maturidade muito baixo, por parte das empresas que participaram no estudo.

Este projeto é uma iniciativa voluntária do IAPMEI, Universidade de Aveiro e do ISQ, ao qual se juntaram a Universidade do Minho, o Instituto Politécnico de Leiria, o Ceiia – Mobinov e o CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro.

A aplicação nas empresas do SHIFTo4.0 em modo assistido veio demonstrar a necessidade de um esforço nacional, continuado, no que respeita à sensibilização das empresas para o paradigma da Indústria 4.0 (i4.0), bem como para a capacitação de pessoas (com vista ao aumento de conhecimento tanto ao nível da gestão como ao nível técnico das empresas) e reforço da capacidade de consultoria.

A ferramenta de autodiagnóstico de maturidade i4.0 permite apoiar as empresas na avaliação da sua maturidade digital e na definição de um plano de ação para a transição Digital para que possam estar melhor preparadas para os desafios da economia do futuro. No estudo junto de um conjunto de empresas, e validado por consultores especializados, a “Avaliação da maturidade i4.0 de empresas nacionais” revelou um nível de maturidade de 1.47, numa escala de 0 a 5, principalmente em PME.

 “A União Europeia tem assumido esta nova revolução industrial como uma prioridade para o seu futuro, tendo criado condições e disponibilizado diversas oportunidades para as empresas. Em Portugal, a i4.0 partiu muito das Políticas Publicas na sequência do lançamento pelo Ministério da Economia do Programa Indústria 4.0, o que mostra o reconhecimento da importância da temática no desenvolvimento da economia”, afirma Pedro Matias, Presidente do ISQ.

“Por outro lado, o recente lançamento pelo Governo do Programa Portugal Digital, que é um plano de ação desenhado para ser o motor de transformação do país através da capacitação digital das Pessoas, das Empresas e da digitalização do Estado, mostra efetivamente o propósito e a importância de acelerar Portugal e projetar o país no mundo na área do Digital e da Indústria 4.0”, complementa Pedro Matias.

“a realidade empresarial é muito complexa, com empresas em patamares tecnológicos e de mercado distintos”

Neste contexto, é fundamental que as empresas tenham um maior conhecimento sobre a sua real condição face a novos desafios i4.0, permitindo-lhes planear de forma estruturada a sua evolução e priorizar ações e investimentos de acordo com tendências e objetivos futuros. Helena Gouveia, responsável pelo SHIFTo4.0 assinala que “a atual realidade empresarial é muito complexa, constituída por empresas que se encontram em patamares tecnológicos e de mercado distintos”, sendo por isso fundamental “conhecer e sensibilizar o tecido empresarial para o novo paradigma e capacitá-lo para a requerida transformação; uma questão crucial para a sustentabilidade e competitividade das empresas nacionais num mundo globalizado”.

A criação do SHIFTo4.0 permite apoiar as empresas na criação de um plano de ações que as torne competitivas no novo contexto da economia 4.0. O estudo SHIFTo4.0 “AVALIAÇÃO DA MATURIDADE i4.0 DE EMPRESAS NACIONAIS” permitiu observar um nível de maturidade de 1.47, numa escala de 0 a 5. “Estes resultados refletem um baixo nível de maturidade i4.0 por parte das empresas que participaram no estudo, realçando a necessidade de se trabalharem alguns fatores que possam ser facilitadores de um aumento de maturidade.” afirma Helena Gouveia.

“Apesar dos resultados reportarem uma realidade com valores médios relativamente baixos em termos de nível de maturidade i4.0, em todas as dimensões em análise, os respondentes revelaram metas a atingir nos próximos 5 anos, muito acima dos valores atualmente observados, o que nos leva a crer que existe uma possível vontade por parte dos empresários em investir nesta vertente, estando eventualmente conscientes dos benefícios que poderão advir desse investimento”, conclui a Investigadora do ISQ.

Em suma, constata-se que na maioria das empresas não existe uma estratégia i4.0 definida e implementada. Faz-se gestão de dados mas falta o seu tratamento e transformação em “valor”, em conhecimento.

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