Estudo da Deloitte revela que o setor da construção registou um aumento global de receitas, impulsionado pela China e pela resiliência em mercados internacionais, com a Mota-Engil a destacar-se como única representante portuguesa no Top 100.
O setor global da construção registou um crescimento de 3,4% nas receitas em 2023, alcançando os 1,997 biliões de dólares, de acordo com o estudo “Global Powers of Construction” da Deloitte. Este crescimento moderado reflete a capacidade de adaptação das empresas aos desafios do mercado, com uma recuperação gradual das vendas internacionais, que representam agora 18,4% das receitas das 30 maiores empresas do setor.
A China mantém uma liderança expressiva, com 53,5% das receitas globais oriundas de empresas chinesas, seguida pela Europa (21%), Japão (9%), EUA (8%) e Coreia do Sul (5%). As três principais empresas de construção do ranking – China State Construction Engineering, China Railway Group e China Railway Construction – representam juntas cerca de 33% das receitas totais. Entre as 100 maiores construtoras, a Mota-Engil mantém a sua posição no Top 100, situando-se em 56º lugar, com receitas de 6,005 milhões de dólares, um crescimento de 49,9% em relação ao ano anterior, e um aumento de 250% na sua capitalização de mercado.
Perspetivas e Desafios para o Setor
Apesar da recuperação, o setor enfrenta desafios macroeconómicos, como a inflação e as dificuldades na cadeia de abastecimento. Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte, sublinha a importância da adaptação tecnológica e da diversificação: “As empresas que conseguiram aumentar a sua presença internacional estão a demonstrar uma adaptação eficaz… Contudo, o caminho para a recuperação completa ainda enfrenta desafios significativos, devendo as empresas continuar a focar-se na competitividade e eficiência”.
A descarbonização surge como uma prioridade, com a meta de reduzir as emissões de CO₂ do setor em 50% até 2030. A Deloitte aponta para a adoção de tecnologias e práticas sustentáveis como caminho para atingir zero emissões até 2050, com um foco adicional em investimentos e políticas governamentais que incentivem esta transição.