A Sociedade Terras Guidintesta, em colaboração com a Associação de Produtores Florestais de Belver, vai implementar um projeto de reflorestação e gestão integrada em 600 hectares ardidos nos incêndios de 2017, no Concelho de Gavião. O investimento de mais de 700 mil Euros é co-financiado pelo PDR2020 e 50 mil euros estão abertos à participação de cidadãos e organizações em www.goparity.com, com uma taxa de juro 5.60% ao ano, num prazo de 3 anos.
Em 2017, mais de 80% da área florestal de Belver, cerca de 5400 hectares, foi devastada por dois incêndios. Pretende-se agora a preservação e fomento da vida selvagem e da biodiversidade neste espaço, para a sustentabilidade da área ardida. A Terras de Guidintesta – Sociedade de Desenvolvimento Rural é o promotor deste projeto, sendo responsável pela gestão profissional dos espaços. Atua em colaboração direta com a Associação de Produtores Florestais de Belver, a entidade gestora da Zona de Intervenção Florestal da Freguesia de Belver (ZIF), que assume o papel de supervisor do projeto.
85% do investimento total (628.123,36€) está garantido, a fundo perdido, pelo PDR2020, uma iniciativa do Estado Português em conjunto com a União Europeia, para o desenvolvimento rural. A este acresce o financiamento inicial de 50 mil euros, coordenado pela fintech de investimentos sustentáveis GoParity, que vai permitir o início de atividade, enquanto os promotores aguardam pelo recebimento da primeira tranche do apoio aprovado, que depende da execução inicial de parte do projeto.
“Reflorestar Belver” é um projeto que consiste na plantação de 250 a 300 mil árvores indígenas (espécies como o pinheiro manso, o medronheiro e o sobreiro), obras de correção e proteção de território e preservação e fomento da biodiversidade para a exploração dos recursos de uma forma sustentável.
Carlos Machado, gerente da Terras Guidintesta diz que “Este projeto tem como objetivo a mudança do paradigma florestal de Belver, construindo uma paisagem mais resiliente, uma floresta sustentável baseada nos princípios da multifuncionalidade promovendo a biodiversidade, geradora de novas oportunidades em termos económicos, criadora de emprego e garantindo a necessária rentabilidade.”
O projeto está disponível na GoParity, a primeira plataforma portuguesa de investimento colaborativo
“O impacto negativo que o desastre trouxe a nível não só ambiental, mas também social em Belver, deve ser corrigido o quanto antes para a sustentabilidade da região”, sublinha Carlos. Isto porque, para além das áreas detidas pela Terras de Guidintesta, o que corresponde a 600 hectares da área ardida, o projeto vai proceder à recuperação de terrenos de mais de 130 pequenos proprietários locais. “Reflorestar Belver” vai possibilitar a recuperação de uma das principais fontes de rendimento destes pequenos proprietários, a maioria na idade da reforma, contribuindo para a sua maior autonomia financeira.
“Este projeto é um bom exemplo da regeneração de que precisamos numa altura em que já enfrentamos algumas das consequências das alterações climáticas. O recurso à reflorestação é uma das nossas “armas” principais para mitigação das alterações climáticas, pela função importantíssima de sequestro de carbono que representa.” diz Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity e também Engenheiro do Ambiente. “Projetos como este, com replicação massiva, teriam um impacto positivo gigante, desde a proteção dos ecossistemas, às alterações climáticas e à nossa qualidade de vida e saúde.” completa.
“Projetos como este, com replicação massiva, teriam um impacto positivo gigante”
O projeto está disponível na GoParity, a primeira plataforma portuguesa de investimento colaborativo (crowdfunding) por empréstimo de projetos sustentáveis. Para investir basta fazer o registo na plataforma, em goparity.com (processo que decorre em menos de 5 minutos). Para tal o investidor deve ter, no mínimo, 18 anos de idade e uma conta bancária associada. Depois, basta carregar a carteira com o valor pretendido, a partir dos 20€. Uma vez terminado o processo, o agora investidor passa a poder contribuir para a sustentabilidade dos projetos em aberto, como é o caso do “Reflorestar Belver”.
Este é o 33º projeto à procura de investimento na GoParity, que em dois anos já viu financiados 30, numa média de 13 dias, desde que o projeto fica disponível na plataforma até ao financiamento total, com €16.435 angariados por dia (médias relativas a 2019).
Na plataforma, também projetos de impacto social e ambiental, que tenham por base pelo menos um dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, se podem inscrever. Depois de submetida a candidatura, a equipa da GoParity avalia a necessidade e saúde financeira do promotor para financiamento na fintech.