Relatório da Mazars revela impacto das perdas de crédito esperadas nos bancos europeus

Na foto: Filipe Carvalho, Partner da Mazars em Portugal

Estudo sobre o comportamento dos bancos face a perdas esperadas, mostra que os bancos da Zona Euro são mais conservadores na estimativa do impacto das perdas de crédito, do que os banco britânicos, que mostram uma perspetiva mais otimista face ao risco de perda de créditos.

A Mazars, empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lançou a sexta edição do seu relatório “Financial Reporting of European Banks”. O estudo concentra-se na análise do nível de Perda de Crédito Esperada (Expected Credit Loss – ECL) dos bancos europeus no ano fiscal de 2022, com base nas informações publicadas nos relatórios e contas anuais de 26 bancos em 11 países europeus, incluindo o Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, Itália e Países Baixos.

Uma das principais constatações do relatório é a forma como as perdas de crédito esperadas dos bancos europeus têm sido impactadas por eventos sem precedentes, cada vez mais comuns nos últimos anos.

O estudo destaca as diferenças de expectativas entre a zona do euro e o Reino Unido, com a primeira sendo mais conservadora em relação aos indicadores utilizados nas componentes de forward-looking dos modelos de imparidade, em comparação com as perspetivas dos reguladores.

O relatório revela que a maioria dos bancos que utilizam a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, nos seus modelos de perdas esperadas, adota estimativas de crescimento mais conservadoras do que as projeções do Banco Central Europeu para os próximos três anos. Em contrapartida, os bancos que usam a taxa de crescimento do PIB do Reino Unido apresentam premissas mais otimistas do que as projeções do Banco da Inglaterra.

Desde 2019, têm ocorrido uma série de eventos que criaram um ambiente económico desafiante para as instituições financeiras da Europa. Ao longo dos últimos três anos, foram observadas tendências regionais significativas em indicadores-chave, como a volatilidade do lucro e perda associada à variação das perdas de crédito esperadas, a utilização de overlays e a variação das exposições em estágio

“Ao prestar às instituições financeiras informações de referência sobre as principais tendências e indicadores-chave de desempenho relacionados com as perdas de crédito esperadas, esperamos dar-lhes acesso às informações mais relevantes para ajudá-las a perceber onde estão em relação aos seus pares, tanto a nível regional como europeu”, sublinhou Filipe Carvalho, Partner da Mazars em Portugal.

Na pesquisa foram analisadas informações divulgadas nos relatórios e contas anuais dos bancos participantes, sem considerar comunicados de imprensa, apresentações orientadas para o investidor ou publicações similares. A empresa selecionou indicadores relevantes divulgados pela maioria dos bancos da amostra para aumentar a comparabilidade dos dados.

O estudo da Mazars foi concebido como uma ferramenta de benchmarking, com o intuito de auxiliar as instituições financeiras a comparar o impacto do ambiente macroeconómico em seus negócios com seus pares.

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