Relatório recomenda modernização do modelo de liderança empresarial

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Modelo de liderança empresarial precisa de adaptar-se aos desafios da sustentabilidade, para dar resposta ágil a uma crise ambiental. Um estudo realizado por um conjunto de universidades de todo o mundo, aponta para uma liderança com partilha de responsabilidades e um pensamento estratégico geracional para evitar uma catástrofe ambiental.

O mais recente relatório do CEMS – a Aliança global de 34 Universidades e Escolas de Gestão de que a Nova SBE é membro – revela que a dependência de uma liderança autocrática (“foco no chefe”) pode pôr em risco a resolução de uma crise ambiental. Recomendações apontam para uma cultura corporativa, com responsabilidades coletivas, capacitando todos os colaboradores a tomarem decisões numa perspetiva geracional de forma a promover uma verdadeira mudança.

O novo relatório – Leading for the Future of Our Planet – baseia-se nas conclusões de um inquérito realizado pela aliança CEMS junto de 4206 profissionais de 75 países e revela que pela primeira vez, o avanço tecnológico deixou de ser a principal preocupação dos líderes empresariais, tendo sido ultrapassado pelo desafio do “ambiente”.

Das recomendações dos especialistas destaca-se um conjunto de recomendações para novos comportamentos empresariais que passam pela definição clara e objetiva de modelos que valorizam a sustentabilidade e penalizam a inação. Os líderes devem convergir para uma estratégia equilibrada de longo prazo focada nos resultados para as gerações futuras.

Esta transformação exige líderes capazes de comunicar, explorar o desconhecido, desafiar o status-quo, sem medo arriscar. Os novos líderes empresariais terão de envolver os seus stakeholders externos para impulsionar a transformação: é necessário compreender o lugar da sua organização nas sociedades em que operam e construir alianças entre governos, empresas e sociedades civis para uma mudança duradoura.

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O ambiente é a principal preocupação dos gestores

As recomendações apresentadas foram produzidas após o inquérito do CEMS ter revelado que o “Ambiente” é a maior preocupação que os líderes empresariais enfrentavam, tendo ultrapassado o “Avanço Tecnológico”, que era, até 2018, o maior desafio para as empresas.

O inquérito realizado a 4206 profissionais de 75 países revelou que 43 % dos inquiridos acreditam que o ambiente está entre os seus maiores desafios, com a tecnologia a ocupar um distante segundo lugar (26 %). Ambas as questões foram consideradas mais urgentes para as empresas globais do que as mudanças nos centros de poder económico e político mundial (14 %), instabilidade política (6%) e pandemias globais (3 %).

“Esperamos que este relatório acrescente informações ricas e valiosas sobre como líderes empresariais, educadores e profissionais podem realmente fazer a diferença no que diz respeito ao combate à emergência ambiental”, refere Nicole de Fontaines, Diretora Executiva do CEMS. “O mundo empresarial tem de desempenhar um papel fundamental e de liderança […]. O desafio é como desenvolver – a todos os níveis – líderes corajosos e responsáveis com competências para implementar soluções que salvem o mundo.”

“Ensinar futuros líderes empresariais globais a integrarem a sustentabilidade nas suas decisões empresariais sempre foi fulcral para a missão do CEMS. Desde a implementação da nossa conferência, há mais de 10 anos, e a nossa recente colaboração com as Conferências do Estoril, na Nova SBE em Portugal, continuamos a evoluir o nosso pensamento e prática” conclui a Diretora Executiva do CEMS.

Para Luís Veiga Martins, Chief Sustainability Officer e Associate Dean for Community Engagement & Impact da Nova SBE, “Este relatório confirma a tendência dos últimos anos de uma preocupação crescente com as questões ambientais apelando a todos os líderes das empresas para que sejam dados sinais concretos de mudança de mentalidades e comportamentos contribuindo assim para uma transformação da forma como atuam as empresas.”

O CEMS é uma aliança composta por 34 universidades, entre as quais encontram-se algumas das melhores do mundo, que unem a sua experiência num programa coordenado do mestrado em gestão internacional (CEMS MIM). A Aliança incorpora ainda cerca de 70 parceiros corporativos (empresas multinacionais) e 7 parceiros sociais (ONG e organizações sociais), para um profundo envolvimento no currículo e em projetos e recrutamento.

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