As remunerações médias dos trabalhadores portugueses aumentaram 4,9% no último ano, atingindo 1.398,17€ em setembro de 2024, segundo o estudo da Randstad Research. Apesar da trajetória anual positiva, os salários de setembro apresentaram uma queda de 6,5% face ao mês anterior, evidenciando oscilações no mercado de trabalho.
“Estamos a viver um clima económico estável, o que, na generalidade, é bastante favorável ao emprego. Por um lado, há um aumento histórico de pessoas empregadas, por outro os salários registam uma trajetória de crescimento”, afirma Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal.
Lisboa Lidera no Valor dos Salários
Lisboa mantém-se como o distrito com os salários mais elevados (1.616€), seguido por Setúbal (1.457€) e Porto (1.412€), as únicas regiões com remunerações acima da média nacional. Em contraste, Beja apresenta os valores mais baixos, com uma média salarial de 1.111€.
A taxa de emprego nacional continua a crescer, atingindo 5,14 milhões de profissionais, ou 72,7% da população ativa entre os 16 e os 64 anos, superando a média europeia em 1,8 pontos percentuais. Contudo, 32,5% da força de trabalho possui um baixo nível de qualificação, o que representa o dobro da média da União Europeia.
Empresas: Crescimento e Desafios
Nos primeiros 10 meses de 2024, foram criadas 41.258 novas empresas, com 14.817 dissoluções no mesmo período. Em outubro, no entanto, o número de empresas dissolvidas (4.528) ultrapassou o número de constituições (3.569), apontando possíveis desafios no final do ano.
O teletrabalho aumentou, atingindo 984,5 mil pessoas (19,2% dos empregados). Este regime destaca-se na Península de Setúbal e em Lisboa, as únicas regiões acima da média nacional. Paralelamente, o emprego na administração pública cresceu 1% num ano, alcançando 746.502 profissionais, apesar de uma leve redução no último trimestre.
Com a combinação de uma estabilidade económica e uma trajetória de crescimento dos salários, o mercado de trabalho português apresenta sinais positivos, mas com desafios estruturais relacionados com qualificações e oscilações nos indicadores empresariais.