Revolução digital: Uma década de mudanças exponenciais

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Dispositivos inteligentes para detetar, controlar e prevenir doenças; sensores corporais que podem receber ordens através do pensamento; árvores, campos e oceanos interligados para garantir as reduções das emissões de carbono e hologramas imersivos e inteligência artificial para fazer compras enquanto se viaja são algumas das mudanças do admirável mundo novo da conectividade. Uma revolução digital que permitirá que um cidadão comum interaja com um dispositivo inteligente a cada 18 segundos.

A conectividade e a tecnologia inteligente vão transformar substancialmente o mundo na próxima década. Segundo o estudo Connected Consumer 2030 (CC2030), da Vodafone, existem cinco tendências-chave que vão impulsionar o futuro da conectividade e permitir enfrentar os desafios atuais, tais como o impacto das alterações climáticas, a escassez dos recursos naturais e o envelhecimento das populações.

O estudo, lançado em parceria com o The Future Laboratory, prevê como a inovação nos cuidados interligados, cidades inteligentes, transportes, conectividade ética, sustentabilidade e tecnologia futura ajudará a resolver os desafios da presente geração e a melhorar a vida quotidiana.

“Nos últimos dois anos, a conectividade tornou-se parte do tecido da nossa vida quotidiana, ajudando-nos a permanecer perto das pessoas e das coisas que mais nos interessam e a resolver os desafios diários”, sublinha Lutfu Kitapci, Director Geral da Vodafone Smart Tech. “As conclusões do The Connected Consumer 2030 Report destacam a forma como o ritmo de transformação está a crescer, e como estaremos no centro do mesmo com as nossas soluções de conectividade para ajudar governos, empresas e consumidores a enfrentarem os principais desafios da sociedade”, acrescenta.

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Dispositivos inteligentes que detetam e previnem doenças

Uma das áreas que será foco de mudança é a saúde. A crise global de saúde fez com que 90% dos países enfrentassem perturbações nos seus serviços de saúde essenciais, particularmente em 2020. Como consequência, as preocupações para com o bem-estar e a imunidade conduzem-nos a uma nova era de cuidados interligados.

Segundo o estudo CC2030, nos próximos 10 anos, as casas terão equipamentos que monitorizam proactivamente a saúde dos indivíduos, podendo diagnosticar mais cedo eventuais doenças e possibilitando assim um modelo preventivo de cuidados de saúde que poderia poupar à indústria da saúde 39 mil milhões de euros por ano.

O estudo prevê também que os espelhos das casas de banho possam ser equipados com sensores que verifiquem o fluxo sanguíneo e as alterações anómalas da cor da pele, ou com microfones inteligentes que solicitem automaticamente uma prescrição através da deteção de sons de tosse e de espirros.

Estes dispositivos serão ainda capazes de realizar medições vitais, tais como a hidratação, o açúcar no sangue e a pressão sanguínea, para prever ou prevenir condições de saúde crónicas.

A conectividade nos cuidados integrados será também fundamental para aumentar a independência da população envelhecida, dando às pessoas a possibilidade de viverem de forma independente durante mais tempo, enquanto dão aos membros da família e aos prestadores de cuidados uma garantia do bem-estar dos seus entes queridos.

“Espera-nos uma década de mudanças exponenciais. A conectividade é a chave para esta transformação, ajudando-nos a ser disruptivos e a redefinir aquilo de que a sociedade é capaz”, afirma Chris Sanderson, co-fundador do The Future Laboratory.

Entre essas mudanças surpreendentes estão as relacionadas com o consumo. O estudo prevté 2030, os consumidores serão capazes de fazer compras apenas com os seus pensamentos.

Foto de Uriel Soberanes no Unsplash

Com o aumento do número de dispositivos conectados – que se espera que atinjam os 125 mil milhões a nível mundial até 2030 – e a adoção digital acelerada causada pela pandemia, as soluções inteligentes misturar-se-ão sem esforço na vida das pessoas e serão uma tendência chave na próxima década.

Fora do ambiente doméstico, os wearable devices serão capazes de ir além do controlo de voz, passando a interagir diretamente com o pensamento do utilizador, sugere o estudo.

Em vez de responderem ao som, interfaces ‘cérebro-computador’ detetarão os sinais que o cérebro envia automaticamente para a boca quando ‘dizemos’ palavras, permitindo aos utilizadores dar ordens aos seus smart assistants sem ter de falar em voz alta. Isto abre a possibilidade de um futuro sem ecrãs ou um ‘metaverso’, onde a comunicação com dispositivos acontece através de redes neuronais, permitindo ao utilizador tomar notas mentais ou até comunicar silenciosamente com os seus dispositivos.

Natureza conectada

Esta conectividade estende-se também à natureza, contribuindo para a redução global da pegada de carbono. Com menos de 10 anos para cumprir o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus, a conectividade será um parceiro-chave nas tentativas globais de restaurar a biodiversidade, fornecendo informação em tempo real sobre o estado do nosso ambiente.

No final da década, a conectividade será incorporada em árvores, campos e até mesmo nos oceanos, permitindo a monitorização do impacto dos esquemas de regeneração e a avaliação de potenciais ameaças. A recolha de dados permitirá também que as cidades inteligentes identifiquem e reponham o excesso de energia, permitindo que a energia e o calor não utilizados dos edifícios sejam redistribuídos pelas casas ou espaços públicos circundantes.

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A conectividade será fulcral para alcançar os objetivos de sustentabilidade, juntamente com ferramentas que ajudam os consumidores a tomar decisões mais conscientes, tais como a criação de “certidões de nascimento” digitais que mostram os movimentos e origens dos produtos para avaliar a sua pegada ambiental.

Centros comerciais dentro dos carros

Os veículos autónomos estão preparados para transformar a forma como nos deslocamos, com o impacto do PIB da conectividade nos transportes a atingir 241 mil milhões de euros até 2030. Utilizando hologramas imersivos, as marcas de e-commerce poderão mostrar as suas últimas coleções aos passageiros enquanto viajam, permitindo que os clientes passem pelos produtos e até sejam deixados num local de retalho para fazerem uma compra.

Ao entrar num veículo, os passageiros vão poder controlar a sua viagem através dos seus dispositivos pessoais, pré-selecionando entre uma série de definições – que vão desde o turismo, ao trabalho e ao lazer – com o objetivo de criar uma experiência completamente personalizada a cada passageiro.

Foto de Malte Helmhold no Unsplash

“Logo que os cidadãos e as infraestruturas se interliguem, será possível uma visão holística das diferentes geografias e das pessoas que nelas vivem. Esta visão irá criar oportunidades exponenciais para uma mudança positiva”, explica Valentina Contini, Fundadora do Laboratório de Inovação da Porsche Engineering e participante no estudo.

Com uma tal conetividade, os dados pessoais acabarão por tornar-se uma nova forma de moeda. À medida que a consciência em torno do valor dos dados pessoais cresce, os futuros consumidores exigirão serviços e experiências personalizados em troca dos mesmos.

Atualmente, 44% das pessoas a nível mundial preferem renunciar ao conteúdo personalizado ao invés de partilhar informação, o relatório prevê que, na próxima década, os dados pessoais se tornem uma moeda que as marcas terão de pagar ou oferecer em troca de uma experiência elevada.

O relatório CC2030 também explora os comportamentos humanos que estão a moldar a inovação futura, incluindo as preocupações sobre o bem-estar físico e mental, bem como a procura de cidades que sejam melhores para as pessoas após longos períodos de confinamento.

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