Sandra Silva: “Venda Direta é uma Oportunidade de Empreendedorismo para Mulheres”

na foto: Sandra Silva, Presidente do Instituto Português de Venda Direta (IPVD)

O setor da venda direta em Portugal tem vindo a ganhar destaque, gerando um volume de negócios anual de 195 milhões de euros. De acordo com o Instituto Português de Venda Direta (IPVD), cerca de 240 mil agentes operam neste mercado, sendo a maioria mulheres entre os 35 e 55 anos, que encontram nesta atividade uma forma de criar e gerir os seus próprios negócios.

Com o objetivo de profissionalizar o setor, o IPVD promove, no dia 21 de junho, às 17h30 em Lisboa, a 1ª Edição do Evento Venda Direta em Portugal – Connect & Empower, visando unir empresas, promover boas práticas comerciais e proteger o consumidor. A propósito desse evento, o Empreendedor falou com Sandra Silva, Presidente do IPVD, sobre a situação atual e as perspetivas para o setor.

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Crescimento e Perspetivas Futuras

A venda direta, presente no nosso país há décadas, evoluiu significativamente em termos de oferta e marcas disponíveis ao consumidor final. Tradicionalmente, era comum as pessoas venderem produtos para o lar em reuniões sociais. Hoje, os agentes de venda direta utilizam as redes sociais para promover produtos, mantendo a proximidade e o serviço personalizado que caracterizam este setor.

Durante o ano de 2022, o mercado de venda direta em Portugal alcançou um volume de negócios de 195 milhões de euros, com mais de 240 mil agentes ativos, dos quais 71% são mulheres. Sandra Silva destaca que o setor proporciona independência financeira, flexibilidade e suporte contínuo das marcas.

“Apesar de a maioria dos agentes serem mulheres, temos observado um aumento significativo de homens e jovens na casa dos 20 anos que estão a entrar no setor”, acrescenta. “Penso que o facto de serem tendencialmente mulheres está relacionado com as categorias de produtos trabalhados pelas marcas”, sublinha. Com efeito, os produtos mais vendidos incluem saúde e bem-estar, cosmética e produtos para o lar, que tradicionalmente atraem uma clientela feminina.

foto de Zinkevych em Freepik

O relatório de 2022 da World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA) posiciona Portugal como o 14º maior mercado de venda direta na Europa. Este crescimento é impulsionado pela oportunidade de criar negócios independentes com baixo risco e elevado suporte, atraindo cada vez mais portugueses interessados em empreender.

“Existem cada vez mais jovens que ambicionam serem empreendedores e o negócio da venda direta é propício para o alcance destes objetivos aliado ao facto de ser um investimento de baixo risco acrescido de elevado suporte”, afirma Sandra Silva. “Os portugueses valorizam o contacto direto e a interação pessoal, características essenciais da venda direta. Com o aumento do social selling e do e-commerce, este setor tem ainda mais potencial para crescer nos próximos anos.”

A nível europeu, o negócio da venda direta atingiu os 32 mil milhões de euros em 2022, envolvendo quase 7 milhões de empreendedores, 80% dos quais são mulheres. A Europa representa 20% das vendas mundiais de venda direta, sendo a região com maior crescimento. Em Portugal, 54% das vendas diretas são de produtos de bem-estar, um segmento que continua a expandir-se.

Segundo Sandra Silva, “não podemos comparar-nos diretamente com estes mercados devido às suas dimensões e à longevidade da venda direta nesses países. O nosso grande desafio é apostar na juventude e aumentar a notoriedade e visibilidade do setor.” A presidente do IPVD destaca a importância de adaptar as estratégias de venda direta às novas tendências, como a utilização das redes sociais e a personalização do serviço ao cliente.

Sandra Silva, Presidente do IPVD
Sandra Silva, Presidente do IPVD

Oportunidade para Microempreendedores

Sandra Silva realça que a venda direta, além de estar em crescimento, oferece aos agentes uma carreira independente, com benefícios adicionais baseados no seu sucesso individual e coletivo.

“O IPVD e as suas empresas associadas proporcionam aos agentes uma solução ‘chave na mão’ para que estes possam iniciar os seus negócios. As empresas oferecem formação inicial e contínua em áreas como produto, vendas e serviço e igualmente formação em gestão de negócio e marketing, além de programas de incentivo que permitem aos agentes complementarem os seus rendimentos”, salienta a presidente do IPVD.

A transparência nas transações comerciais é uma preocupação para a associação auto-reguladora do setor. “O IPVD, há 23 anos, promove a credibilidade do setor através de iniciativas como o Código de Ética, adaptado da Seldia, Associação Europeia de Venda Direta”, frisa Sandra Silva. “As empresas associadas ao IPVD, muitas delas multinacionais reputadas, já implementam políticas internas robustas que promovem a confiança e transparência junto dos agentes, consumidores e sociedade civil”, conclui Sandra Silva.

A venda direta em Portugal é um dos setores da atividade económica que tem registado um crescimento significativo, com um volume de negócios anual de 195 milhões de euros em 2022, envolvendo mais de 240 mil agentes. É por muitos considerada uma porta de entrada no empreendedorismo, abrindo oportunidades para as mulheres em Portugal.

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