Enquanto empreendedor, já pensou relação entre saúde e empreendedorismo? Não, não me refiro a empreender em áreas de Saúde e Bem-estar. O que estou a falar é na relação entre a sua saúde e a atividade de empreendedor.
Eu não trabalho na área de saúde, mas, ultimamente, tenho voltado a minha atenção para este aspeto: o de me cuidar, já que pretendo continuar empreendendo. Mas, reparo, que essa não é a preocupação de muitos empreendedores.
Atendo empreendedores dos mais variados segmentos profissionais, e tenho observado que muitos dedicam pouco tempo – ou mesmo nenhum – para cuidarem de si mesmos e de sua saúde, e que poucos são aqueles que se dedicam, de fato e disciplinadamente, ao cuidado de si.
Talvez você nunca tenha parado para pensar sobre isso, tão envolvido possa estar com as exigências do seu negócio e com as suas prioridades pessoais. E isto é perfeitamente compreensível, claro.
Acontece que, quase sempre, somos sugados pelo volume de compromissos e tarefas que temos para cumprir durante o nosso dia de trabalho, e acabamos relegando para segundo, terceiro, ou quarto plano, outros aspetos importantes da nossa vida e do nosso dia-a-dia.
E, no entanto, enquanto empreendedores, concentramos toda, ou quase toda, a responsabilidade do nosso negócio em nós mesmos, sem ter com quem dividi-la a maior parte do tempo. Fazemos, sozinhos, quase tudo não é verdade?
As redes de contatos profissionais, por exemplo, ajudam muito a atenuar o sobrepeso das exigências que se aglutinam em torno do negócio, e aquela sensação de solidão – tão típica dos empreendedores – parece diminuir quando se tem uma boa network.
Porém, o maior volume de tarefas e decisões recai mesmo sobre aqueles que estão na linha de frente do negócio, a abrir o caminho. Não há alternativa. De certo modo, é bom que seja assim, pois o empreendedor vive de desafios. Talvez, por isto, a resiliência seja uma qualidade essencial no empreendedorismo.
No entanto, se nos debruçarmos para analisar o esforço que despendemos para empreender (emocional, mental e físico – para citar apenas alguns), veremos que, quase sempre, não atribuímos a importância necessária ao cuidado com a própria saúde, para compensar esse desgaste.
Basta fazer uma pequena reflexão, para constatar que uma parcela considerável de empreendedores nem sequer dedica parte de sua semana a alguma atividade física, por exemplo. E o que dizer, então, da alimentação? Da hidratação constante? Das horas de sono necessárias para reabastecer a mente e o corpo? E do lazer, sempre muito sacrificado?
E o que tudo isto tem a ver com empreender? Tudo!
Por que, quem se alimenta mal, por exemplo, tende a render menos (alimentar-se mal, diga-se, não é comer pouco; é não comer bem); quem não ingere a quantidade de água suficiente para manter o seu corpo hidratado, estará a comprometer as suas funções biológicas (basta ler alguns estudos clínicos a esse respeito); e quem não dorme o suficiente, ou dormir bem, também estará sujeito à perda de concentração, queda na produtividade, esquecimentos, indisposição, cansaço etc. A ciência médica tem chamado a atenção para esses problemas desde há bastante tempo.
E o lazer? Importantíssimo, por que desliga a mente das atividades profissionais, areja as ideias e dá-nos aquela sensação maravilhosa de leveza e bem-estar, que se reflete, depois, no desempenho profissional.
Portanto, empreendedores, fica a dica: dediquem-se mais a cuidar mais da própria saúde, no sentido amplo da palavra, pois isto significa, também, empreender com mais qualidade, plenos de condições para isto. Façam check-ups clínicos periódicos, monitorem as suas taxas, exercitem-se de alguma forma, preservem o sono, hidratem-se sempre, alimentem-se bem, não abram mão dos momentos de lazer (a lista pode ser maior, se quiserem, e incluir bons afetos, bons pensamentos etc.). Por outras palavras: invistam em si, pois – acreditem – assim vão empreender melhor.
Podem apostar!