Ser Assistente Virtual em Portugal

Foto de Gerd Altmann em Pixabay

Já ouviram falar de Assistentes Virtuais? Não… não estou a falar da Siri nem da Alexa!

Assistentes Virtuais são trabalhadores independentes que prestam auxílio remoto a empresários, empreendedores e donos de pequenas e médias empresas de diversas formas. Esta, foi considerada uma das profissões mais promissoras de 2020 – segundo uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria de recrutamento Robert Half. No entanto, em Portugal poucos são aqueles que conhecem o conceito.

As tarefas de um Assistente Virtual variam imenso e podem incluir: assistência administrativa e apoio no back office, gestão de redes sociais, criação e manutenção de websites, criação e gestão de cursos e webinars, gestão de podcasts e criação de conteúdos, entre outros. A Assistência Virtual engloba um sem-número de tarefas e é por isso que tem tido tanto sucesso, pelo menos fora de Portugal.

Porque é que digo que este é um tema que pode agradar ao público feminino?

Porque são principalmente as mães (como eu), que querem acompanhar mais de perto o crescimento dos seus filhos e ter mais flexibilidade horária, ao mesmo tempo que procuram por alternativas às suas profissões. Estas mães encontram na Assistência Virtual a solução perfeita para alcançarem os seus sonhos! Porque, para além de não precisarem de ter um curso superior (basta utilizar os conhecimentos que já têm e oferecerem serviços que já sabem fazer), não precisam de gastar dinheiro, nem de sair de casa. Podem aprender tudo por elas próprias, ao seu próprio ritmo, sem precisarem de investir rios de dinheiro. E é por estas razões que cada vez mais, mães, no Reino Unido, USA, França, Brasil e Espanha, olham para esta profissão como um novo propósito de vida e como a solução para todos os seus problemas.

Em Portugal, infelizmente, o termo e a profissão ainda não são muito divulgados devido a vários mitos e conceitos errados que as pessoas têm acerca da Assistência Virtual – quer por parte de possíveis clientes, quer por parte dos próprios Assistentes Virtuais portugueses.

Esta é ainda uma profissão muito associada à dita “secretária tradicional”, mas que não podia estar mais longe da verdade. O outro problema deriva da falta de confiança dos portugueses em trabalhar com alguém à distância que nunca viram, e a quem não podem “deitar um olho” para confirmar se está realmente a trabalhar. Existe ainda um grande caminho a percorrer no que diz respeito ao teletrabalho e à Assistência Virtual em Portugal.

A falta de informação em português é também um grande entrave à divulgação desta profissão. Vivo no Reino Unido, tenho uma licenciatura em Enfermagem (a qual exerci durante mais de 8 anos) e tornei-me Assistente Virtual o ano passado. Para mim, foi bastante fácil ter acesso à informação sobre como entrar “neste mundo”, porque aqui não falta quem queira partilhar recursos, informação útil e ajudar quem tenha dúvidas. 

Em Portugal, a escassa informação e recursos existentes estão redigidos, na sua maioria, em português do Brasil, tornando-se assim muito difícil e confuso, ou até quase impossível, alguém se tornar Assistente Virtual. Por isso, e para que mais pessoas possam usufruir dos benefícios em trabalhar com estes profissionais, surge a necessidade de criar soluções para capacitar e fazer crescer esta comunidade. 

Assim sendo, encontro-me de momento a desenvolver o projeto, Dito Feito, uma “oficina” de Assistentes Virtuais, que visa precisamente colmatar essa grande falha, para que todos aqueles que procuram dar um rumo diferente à sua vida profissional e pessoal, se sintam apoiados e com informação suficiente para o fazerem.

Este é um tema que decerto chamará a atenção de vários leitores, principalmente depois da pandemia ter transformado o trabalho remoto numa nova realidade. 

A Assistência Virtual é o futuro e pode ser uma preciosa ajuda a pequenas empresas e negócios. Basta deixarmo-nos de preconceitos e abrir horizontes e mentalidades.

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