Setor Financeiro atrasa-se na modernização digital face às congéneres europeias

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Estudo revela que as entidades portuguesas do setor financeiro ainda estão abaixo da média europeia na utilização de serviços cloud. A pesquisa avaliou a transição digital de bancos e seguradoras a operar em Portugal e a análise revela que, apesar de se verificar uma evolução positiva na adoção de serviços cloud em Portugal, as entidades financeiras debatem-se com desafios inerentes à escassez de recursos humanos especializados e ao esforço requerido para a modernização dos seus parques aplicacionais.

O “Estudo Adoção Cloud no Setor Financeiro em Portugal”, foi realizado pela NTT DATA, consultora de negócios e tecnologia e resultou da auscultação de 15 entidades financeiras – bancos e seguradoras presentes no mercado nacional – entre abril e dezembro de 2022.

O atraso na adoção dos serviços de cloud não é apenas no setor financeiro, de acordo com o Eurostat, as entidades a operar em Portugal encontram-se 9% abaixo da média europeia (36% vs 45% em 2021), quando, em 2018, estavam em linha com a prática das congéneres europeias.

Estes dados do Eurostat revelam que as organizações portuguesas não estão a conseguir adaptar-se ao mesmo ritmo que as suas pares europeias, o que pode levar a uma maior divergência em termos de competitividade, a nível internacional.

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Numa análise mais detalhada, constata-se que um dos motivos que poderá justificar este atraso se prende com a dimensão das empresas presentes no mercado português. A menor dimensão pode não justificar a adoção deste tipo de serviços, em determinadas situações.

De resto, 71% das grandes organizações já utilizam serviços cloud, o que compara bem com a média da União Europeia, que se encontra ligeiramente acima – 74%. No entanto, este segmento foi o que teve um menor crescimento desde 2019 (18%).

Evolução do mercado financeiro em Portugal

No estudo da NTT DATA, 95% das entidades financeiras inquiridas assumem estar num processo de avaliação da adoção de serviços cloud, enquanto apenas 5% afirma não ter intenção, a curto ou médio prazo, de optar por esta tecnologia.

Estes indicadores demonstram que existe, atualmente, um movimento comum de análise e integração de cloud, independentemente da dimensão da instituição e dos diferentes níveis de adoção, seja na utilização de cloud apenas para projetos específicos (12%), a exploração das potencialidades da tecnologia através de provas de conceito (PoCs) e estudos (24%) ou da integração de cloud como uma das opções tecnológicas estratégicas da entidade (64%).

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“Este estudo demonstra que as entidades financeiras em Portugal reconhecem o valor da transição para a cloud, estão a fazer um esforço para modernizar os seus sistemas informáticos, tirando partido desta tecnologia, mas, a dimensão das organizações, a complexidade dos sistemas legados e a escassez de talento qualificado está a atrasar esta mudança, o que pode comprometer a competitividade das organizações a prazo, na comparação com as congéneres europeias e com os novos players do mercado”, sublinha Jorge Miguel Tavares, Diretor na área de banca da NTT DATA Portugal.

Pedro Miguel Cruz, Diretor na área de Tecnologia da NTT DATA Portugal, acrescenta que “é fundamental que as organizações possuam um plano estratégico para fazer evoluir os seus sistemas, dotando-os da flexibilidade necessária para responder às exigências de cada momento. É neste contexto que a transição para a cloud se apresenta como fundamental.”

Independentemente do tipo de utilização, quando se avalia a adoção de serviços cloud, os fatores que são apontados como desafios à sua implementação são, essencialmente, os associados à complexidade e risco na migração dos sistemas legacy, pela obrigatoriedade de direcionar uma parte muito significativa do orçamento de IT para essa atividade.

Já as oportunidades estão relacionadas com a elasticidade da infraestrutura e a inovação tecnológica, na medida em que permite o alinhamento da arquitetura e da infraestrutura com os padrões mais inovadores, permitindo às organizações aceder a um ecossistema de soluções técnicas de última geração.

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O panorama internacional

Numa análise global, e de acordo com a Gartner, os Estados Unidos são, desde 2015, o país que tem servido de referência relativamente à adoção de cloud prevendo-se que, já em 2022, 14% dos investimentos de IT sejam em serviços cloud.

Considerando o continente europeu, é possível concluir que é nos países Nórdicos (Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega) que as organizações registam uma maior adoção de tecnologia cloud.

Contudo, é de salientar o crescimento verificado em países como a Itália, que passou de 23% de organizações a utilizarem serviços cloud, em 2018, para 60%, em 2021. Também a Polónia passou de 11%, em 2018, para 29%, em 2021. Em ambos os casos, houve um crescimento superior a 160% no número de organizações que passaram a utilizar serviços cloud no seu dia-a-dia.

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