Sobe a confiança dos consumidores europeus

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A confiança dos consumidores da Zona Euro subiu de forma significativa no segundo trimestre deste ano, na sequência de medidas de desconfinamento destacando-se, dos países que mais importam produtos de Portugal, as subidas de Itália (+8%) e Alemanha (+4%), revela um estudo recente da Euler Hermes, líder mundial em seguro de créditos.

De acordo com esta análise (Europe’s pent-up demand party is just getting started), o cenário também é positivo para os principais parceiros comerciais de Portugal: em Espanha e França. A confiança dos consumidores, motor da recuperação económica, já igualou os níveis pré-Covid-19. Quando comparados com os máximos históricos registados, os níveis de confiança em França e nos Países Baixos situam-se bastante abaixo dos seus picos históricos (25% e 20%, respetivamente), sugerindo um forte potencial para evoluírem favoravelmente.

Os mais recentes dados divulgados pelo INE indicam que Portugal está em linha com este percurso positivo, registando uma recuperação do indicador de confiança dos consumidores nacionais em agosto de 2021, após um ténue decréscimo no mês precedente, com melhoria significativa da confiança nos setores da construção e obras públicas e comércio e serviços.  Este cenário deve-se sobretudo ao contributo positivo das expectativas em relação à economia portuguesa; situação financeira do agregado familiar; e perspetivas face à realização futura de compras importantes. À semelhança de outros países europeus, os indicadores nacionais de confiança dos consumidores e setoriais situam-se acima dos níveis observados no início da pandemia.

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Procura ainda abaixo do potencial da oferta

A análise da Euler Hermes revela ainda que, nos setores mais expostos às restrições decorrentes da pandemia – comércio grossista e retalhista, transportes, alojamento e serviços alimentares e lazer –, a produção registada nestes setores está muito abaixo do seu potencial.

Espanha regista o maior desvio entre a produção real e potencial (7,8% do PIB), refletindo o peso destes setores na sua economia, mas também o seu ritmo de crescimento antes da pandemia. Os desvios de produção são menores nos setores mais expostos na Alemanha (2,6% do PIB), Bélgica (2,8%) e Holanda (2,8%), o que significa que a produção está, nestes setores, mais próxima da sua capacidade produtiva.

Apesar de ainda se registar uma procura aquém da oferta potencial, fator também influenciado pela quebra verificada no turismo internacional ao longo dos últimos meses, o setor hoteleiro (1,8% das despesas de consumo final das famílias europeias) desfrutou de uma significativa retoma no segundo semestre do ano, com o levantamento gradual de algumas restrições. A oferta, procura e restrições sanitárias futuras determinarão a extensão dos desvios de produção que poderão ser transformadas em procura real nos setores expostos às restrições.

Os indicadores de confiança demonstram um sinal positivo de possível evolução favorável da economia europeia, percurso este que poderá ser reforçado nos próximos meses com a evolução do processo de vacinação, levantamento gradual das restrições ao nível das viagens internacionais, promovendo assim o turismo estrangeiro, bem como medidas de desconfinamento locais.

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