Startup portuguesa ajuda a combater a pobreza no mundo

Imagem de Kant Smith por Pixabay

Mais de 18 mil pessoas já saíram da pobreza extrema graças à startup de impacto social portuguesa impactMarket. A plataforma em blockchain desenvolvida de Portugal tem por objetivo combater a pobreza extrema no mundo.

Em nove meses de existência a plataforma já entregou um milhão de dólares a 100 comunidades vulneráveis, que abrangem um total de 18 mil pessoas em 20 países. Até ao final do ano, a impactMarket conta tirar da extrema pobreza 100 mil pessoas nesta situação.

A plataforma disponibiliza um porta-moedas digital de criptomoedas para onde pode transferir dinheiro que depois poderá doar a comunidades necessitadas em diversos países do mundo. O conceito permite a criação e distribuição de renda básica incondicional entre as comunidades e seus beneficiários, de acordo com suas necessidades e de forma aberta e gratuita para os utilizadores.

“Estamos a trazer a solidariedade social para o século XXI, onde a tecnologia blockchain desempenha um papel central para o alcançar de um mundo mais ético e justo, através do conceito de ‘Unconditional Basic Income’ (UBI), que defende que todas as pessoas deveriam ter acesso a um determinado valor monetário que garanta a sua sobrevivência digna”, explica Marco Barbosa, cofundador e CEO da impactMarket. “A pandemia também veio acelerar este processo com a consciencialização das desigualdades e crescente empatia pelo outro. A justiça social e igualdade de oportunidades estão em foco e todos temos a ganhar com isso”, acrescenta.

Campos de refugiados, projetos de assistência a famílias, ações de educação para crianças e jovens, comunidades de agricultores e grupos de mulheres vítimas de violência doméstica são alguns dos exemplos dos projetos que estão a ser apoiados através da impactMarket.

“Sentimos que estamos a fazer a diferença quando vemos comunidades como Women Rights Initiative, no Uganda, que alberga 100 pessoas, a ultrapassar as adversidades com a ajuda da nossa solução. Através da impactMarket já foram doados mais de um milhão de dólares (US)”, frisa Marco Barbosa.

As doações são feitas por empresas, filantropos e pela sociedade civil que, através da aplicação móvel, podem conhecer as comunidades apoiadas e transferir o valor que entenderem. Desta forma, os doadores têm uma ligação direta à comunidade que apoiam e podem manter-se a par do seu progresso de empoderamento e saída da pobreza extrema.

O mecanismo é gerido por “contratos inteligentes”, onde está definido o montante que cada pessoa apoiada pode usufruir e levantar por dia ou por semana, e concretiza-se através da tecnologia blockchain, com a transferência de Celo Dollars para as carteiras digitais das pessoas inscritas nas comunidades. Estes podem depois levantar o dinheiro na moeda local, quer através do seu smartphone, em casas de câmbio, ou qualquer estabelecimento comercial que aceite criptomoedas como forma de pagamento. Segundo Marco, “O poder da tecnologia, especialmente ao serviço do bem da sociedade, ainda está muito aquém do seu potencial.”

A impactMarket já alcançou 0,0023% da população mundial em pobreza extrema. Marco Barbosa explica que “o UBI é uma resposta eficaz para estas populações. O problema nestas comunidades vulneráveis está não só na falta de empregos disponíveis, mas também na falta de competências. Com o valor base necessário para sobreviverem, estas pessoas podem ter melhores condições de vida, investir na sua educação, bem como na dos seus descendentes, e procurar por um trabalho digno. Ao mesmo tempo, os indicadores de criminalidade e de desemprego decrescem.”

Atualmente a plataforma apoia comunidades na Argentina, Brasil, Cabo Verde, Filipinas, Gana, Honduras, Moçambique, Malawi, Nigéria, Quénia, Uganda, Sudão do Sul, Venezuela, Camarões, Palestina, Colômbia, Peru, Índia e Zimbábue. Em breve, pretende chegar também a beneficiários na Síria, Iémen, Somália, Angola e Afeganistão.

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