Os empresários portugueses expressaram as suas preocupações em relação às condições económicas atuais, de acordo com os resultados do Barómetro KAIZEN. A pesquisa inquiriu mais de 250 gestores de médias e grandes empresas que representam mais de 35% do PIB nacional.
Mais de metade dos inquiridos identificou a redução de impostos para os consumidores como a medida mais relevante do Orçamento do Estado. No entanto, 83% dos empresários apontaram a redução de custos e o aumento da eficiência como a principal iniciativa para enfrentar a subida das taxas de juro. Além disso, 45% dos inquiridos acreditam que as suas organizações atingirão os objetivos estabelecidos para 2023.
A instabilidade global, incluindo questões como a crise do custo de vida, a subida das taxas de juro e a inflação, afetou a confiança dos empresários na economia portuguesa, que registou uma queda de 10,62 em comparação com a edição de fevereiro de 2023 (11,16).
Além dos obstáculos externos, os inquiridos destacaram a gestão da força de trabalho (69%), a subida das taxas de juro (40%) e a inflação (39%) como os principais desafios enfrentados pelas organizações nos próximos dois anos. Para combater a subida das taxas de juro, 83% dos empresários estão a focar-se na redução de custos e na melhoria da eficiência, enquanto 21% estão a apostar na diversificação de investimentos e renegociação de dívidas.
Apesar da volatilidade do mercado, 70% dos inquiridos acreditam que as suas empresas atingirão ou superarão os objetivos estabelecidos para 2023. Destes, 55% esperam um crescimento do volume de negócios entre 5% e 15% nos próximos três anos. Apenas 9% preveem crescimento nulo ou negativo.
A União Europeia (61%) e os Estados Unidos da América (28%) são os principais mercados de exportação preferidos pelos inquiridos, destacando o foco nas oportunidades de comércio internacional.
Em relação ao Orçamento do Estado, 80% dos empresários portugueses consideram a redução da carga fiscal das empresas como uma medida importante, enquanto 57% acreditam que a redução de impostos para consumidores é uma aposta sólida.
O “Pacto Social” proposto pela Confederação Empresarial de Portugal, que inclui o pagamento voluntário do 15.º mês isento de contribuições e impostos, é apoiado por 43% dos inquiridos, mas 41% acreditam que existem formas mais eficazes de apoiar os colaboradores sem sobrecarregar as empresas com impostos adicionais.
No que diz respeito ao crescimento das organizações, os empresários destacaram o lançamento de novos produtos/serviços (51%), a melhoria da força de vendas (33%) e a formação avançada/executiva dos colaboradores (32%) como as principais estratégias a serem adotadas no próximo ano.
Por fim, a atenção ao ESG (Ambiente, Social e Governança) tem vindo a aumentar, com a aplicação de iniciativas ambientais (46%) e práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (32%) identificadas como as principais prioridades das organizações.