Arrendar uma casa em Portugal exige 83% do rendimento familiar, enquanto a compra de habitação caiu para 70%. Lisboa e Funchal são as cidades mais caras para ambas as opções.
O esforço financeiro exigido para arrendar uma casa em Portugal aumentou para 83% no final de 2024, dois pontos percentuais acima dos 81% registados em 2023. Em contrapartida, a taxa de esforço para compra de casa caiu de 72% para 70%, acompanhando a descida das taxas de juro. Os dados foram analisados pelo Idealista, com base na evolução das taxas de esforço no mercado imobiliário ao longo do último ano.
Arrendar casa em Portugal continua a ser um desafio
Das 20 cidades analisadas, Lisboa e Funchal exigem o maior esforço para arrendar, com os inquilinos a destinarem 91% dos rendimentos ao pagamento da renda.
Outras cidades com altos níveis de esforço incluem Porto e Faro, com 76%; Setúbal (65%); Aveiro (59%) e Ponta Delgada (58%).
A maior subida anual ocorreu em Viana do Castelo, onde a taxa de esforço passou de 47% para 57% (+10 p.p.). Outras cidades com aumentos significativos incluem Ponta Delgada (+8 p.p.) e Lisboa (+4 p.p.).
Já as cidades com menor esforço para arrendar são Portalegre, com31%; Bragança (32%) e Beja (33%).Fora estas exceções, todas as capitais de distrito ultrapassam o limite recomendado de 33%.
Comprar casa exige menos esforço do que em 2023
A taxa de esforço para comprar habitação desceu na maioria das cidades, com destaque para o Funchal (-13 p.p.), Porto (-10 p.p.) e Lisboa (-8 p.p.). Contudo, ainda há cidades onde comprar casa exige mais de 70% do rendimento como Funchal (102%) e Faro (101%), ou Lisboa (95%) e Porto (73%).
Por outro lado, apenas cinco cidades mantêm a taxa de esforço para compra igual ou inferior ao recomendado (33%). São a Guarda (17%), Castelo Branco (19%), Portalegre (22%), Beja (22%) e Bragança (32%).
Impacto da descida das taxas de juro
A redução da taxa de esforço na compra de habitação reflete a recente descida das taxas de juro, conforme os dados do Banco Central Europeu (BCE). Apesar disso, a acessibilidade à habitação continua um desafio, especialmente em centros urbanos como Lisboa, Porto e Funchal, onde os custos se mantêm elevados.