Tecnológicas Lideram Criação de Valor com Retorno Médio Anual de 12%

Foto de Adeolu Eletu em Unsplash

O retorno médio dos acionistas subiu para 12% entre 2019 e 2023, impulsionado por um ano muito positivo para os mercados globais, revela um estudo da Boston Consulting Group (BCG). Este crescimento representa um aumento significativo face aos 7% registados anualmente entre 2018 e 2022. A BCG destaca o setor tecnológico e as indústrias tradicionais como os principais criadores de valor, enquanto o setor da saúde mostrou um desempenho mais modesto.

O estudo, intitulado “2024 Value Creators Rankings”, analisou o retorno acionista de 2.355 empresas de 35 setores. A indústria de desenvolvimento de hardware foi a mais destacada, com um retorno médio anual de 27%. As empresas tecnológicas, em particular, beneficiaram da recuperação pós-2022, com a Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) a desempenhar um papel crucial. Além do desenvolvimento de hardware, a indústria de software registou um retorno médio anual de 18%, e a indústria de componentes elétricos alcançou 15%.

“Os resultados revelam um forte crescimento do setor tecnológico, mas também demonstram a capacidade das indústrias tradicionais para alcançar um desempenho excecional em termos de criação de valor”, afirma Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa. “Neste contexto, e tendo em conta uma visão favorável sobre os índices de mercado globais, é importante que as empresas implementem estratégias coesas, que permitam a identificação de mercados promissores e o investimento em inovação, nomeadamente na transformação operativa necessária, perante as tendências e evolução em IA/IA Generativa e em sustentabilidade. Desta forma, as organizações conseguirão manter-se competitivas, criar valor a longo prazo e de forma sustentada, e garantir uma melhor preparação para enfrentar possíveis desafios.”

A nível setorial, embora as empresas tecnológicas sejam as principais criadoras de valor, a BCG sublinha a relevância das indústrias tradicionais, responsáveis por um retorno acionista substancialmente acima da média do mercado entre 2019 e 2023. Dentro destas indústrias, destacam-se o setor mineiro, que ocupou o segundo lugar no ranking e gerou um retorno médio de 20% por ano; a indústria de materiais de construção, posicionada no terceiro lugar com um retorno anual de 19%; a indústria de maquinaria, em quarto lugar com um retorno de 18% ao ano; e a indústria metalúrgica, no sexto lugar, com um retorno médio acionista de 17% ao ano.

Em oposição, vários setores dos cuidados de saúde, nomeadamente a indústria farmacêutica e a indústria de tecnologia médica, registaram uma quebra do retorno acionista. Entre os 35 setores analisados, a indústria farmacêutica ficou em 18º lugar (12%), face ao segundo lugar na classificação do ano passado, e a indústria de tecnologia médica ocupou o 24º lugar (10%), ficando abaixo da sétima posição conseguida no ranking de 2023. Esta queda pode ser explicada pela estabilização do setor da saúde no período pós-pandémico, o que o torna menos atrativo para os investidores a longo prazo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui

2 + 9 =